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Taxas de poluente na troposfera aumentaram nos últimos 20 anos, diz estudo

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Alexander Antropov/Pixabay
Alexander Antropov/Pixabay

A poluição por meio de ozônio na atmosfera aumentou consideravelmente nos últimos 20 anos, segundo novo estudo publicado por cientistas do Instituto Cooperativo de Pesquisa em Ciências Ambientais (CIRES), da Universidade de Colorado em Boulder, nos Estados Unidos.

A equipe estudou os níveis de ozônio, que se trata de um gás de efeito estufa responsável por poluir a baixa atmosfera da Terra, coletados por aviões comerciais, descobrindo que os valores subiram para níveis considerados "muito altos" entre os anos de 2011 e 2016. Anos antes, entre 1994 e 2004, os valores estiveram muito baixos, segundo os cientistas.

Audrey Gaudel, cientista do CIRES e principal autora do estudo, afirma que os níveis crescentes de ozônio significam que, mesmo com as tentativas de limitar a poluição de maneira local, "isso pode não funcionar da maneira que pensamos". O foco da pesquisa foi no hemisfério Norte; segundo a cientista, por ser uma região que abrange uma grande porcentagem de pessoas que são afetadas pela qualidade do ar, não só o clima em si.

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Há alguns anos, pela falta de estações de monitoramento de dados conflitantes de satélite, outros estudos tinham dificuldade para entender as tendências do hemisfério Norte, segundo Gaudel. A pesquisadora relatou a descoberta de um esforço internacional chamado Relatório de Avaliação do Ozônio Troposférico, do qual não foi possível dizer se o ozônio estava aumentando ou diminuindo em uma escala global nos últimos 10 anos.

Então, para passar por cima desses desafios, a equipe de Gaudel se baseou apenas nos dados de ozônio obtidos por aeronaves comerciais, como parte do programa europeu In-Service Aircraft for the Global Observing System (IAGOS). De acordo com a pesquisadora, apesar de os dados obtidos trazerem apenas informações regionais, é possível ter uma visão global caso haja regiões suficientes cobertas pela poluição.

O sistema IAGOS vem medindo o ozônio desde 1994, oferecendo ao grupo de pesquisadores informações consistentes da superfície da Terra até a alta troposfera ao longo do tempo. Os cientistas usaram dados da troposfera, a camada mais baixa da atmosfera da Terra, em 11 localizações diferentes do hemisfério Norte até 2016, sendo mais de 34.600 perfis de ozônio capturados durante esses anos, cerca de quatro por dia.

A partir dessas informações, foi descoberto que os níveis médios de ozônio aumentavam cerca de 5% a cada década. Os cientistas descobriram ainda que enquanto o ozônio diminuía em algumas regiões de média latitude na baixa troposfera, aumentava em outras regiões na alta troposfera, como na Europa e nos Estados Unidos.

O estudo mostrou, então, que o que vem provocando o constante aumento de ozônio na atmosfera é a poluição humana. Foi feita a análise dos níveis de óxidos de nitrogênio (NOx), um poluente que na maioria das vezes provém de atividades humanas, como de motores de veículos e fábricas. Com os dados do IAGOS, os pesquisadores fizeram a simulação da composição atmosférica, concluindo que o aumento das emissões de NOx nos trópicos são, provavelmente, a causa do aumento do ozônio em todo o hemisfério Norte.

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Agora, o estudo de Gaudel e sua equipe deve continuar para entender a variabilidade do ozônio e seus precursores, além de analisar o impacto da poluição em regiões mais remotas. O estudo está disponível para consulta online na revista científica Science Advances.

Fonte: Space.com