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Estudos climáticos indicam que o Ártico pode ficar sem gelo até 2035

Por| 11 de Agosto de 2020 às 19h25

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Reprodução: Andrea Spallanzani/Pixabay
Reprodução: Andrea Spallanzani/Pixabay

Daqui a alguns anos, segundo um estudo recente publicado na revista Nature Climate Change, o Ártico pode ficar completamente sem gelo. A pesquisa diz que, até o ano de 2035, as temperaturas na região ficarão tão altas a ponto derreter o restante de gelo que ainda existir por lá.

Os pesquisadores vêm estudando há bastante tempo o último período Interglacial do Ártico, que trouxe aquecimento para a região há 127 milhões de anos. Agora, graças a um modelo climático criado pelo Hadley Centre for Climate Prediction and Research, instituto de pesquisa climática do Reino Unido, eles ganham um reforço para a comparação do gelo naquela época com o período atual.

O modelo do Hadley Centre é considerado a representação física mais avançada do clima da Terra de todo o Reino Unido, trazendo uma ferramenta essencial para as pesquisas climáticas, incorporando ainda lagoas de degelo e gelo marinho. Essas "piscinas rasas" são formadas durante a primavera e o início do verão, sendo importantes para descobrir o quanto de luz solar é absorvida pelo gelo e o quanto é refletida de volta ao espaço.

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Com o uso do modelo, os pesquisadores conseguiram chegar à conclusão que o impacto de uma intensa primavera de sol foi o responsável pela criação de muitos lagos de derretimento que, consequentemente, estão relacionados ao derretimento do gelo marinho. O mesmo modelo também foi o que indicou que o Ártico estará livre de gelo em 2035.

Uma das líderes do estudo, Maria Vittoria Guarino, modeladora de sistema terrestre do British Antarctic Survey, que faz estudos em regiões polares, conta que as altas temperaturas do Ártico são motivos de estudo há muito tempo e que desvendar esse mistério foi uma missão bastante desafiadora.

"Pela primeira vez, podemos começar a ver como o Ártico se tornou livre de gelo marinho durante a última era interglacial. Os avanços feitos nos modelos climáticos significam que podemos criar uma simulação mais precisa do clima da Terra no passado, que ainda nos fornece mais confiança em modelos de previsão para o futuro", diz Guarino. 

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Com o entendimento do que está acontecendo no Ártico, cientistas podem obter informações de previsão do futuro e focar ainda mais na redução da emissão de carbono para que essa tragédia, ou parte dela, seja evitada.

Fonte: Phys.org