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Seis anos após "bolha" de temperatura nos oceanos, vida marinha segue impactada

Por| Editado por Patricia Gnipper | 23 de Novembro de 2022 às 10h13

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Max Gotts/Unsplash
Max Gotts/Unsplash

O evento de aquecimento do Oceano Pacífico conhecido como “The Blob”, ou “A Bolha", que elevou em 3ºC a temperatura média das águas entre 2014 e 2016, ainda tem impactos visíveis. Estudos mostram que a vida marinha ainda não se recuperou dos efeitos do aquecimento anormal mesmo seis anos após o ocorrido.

Com um apelido que lembra o filme de terror homônimo de 1958, o Blob foi um verdadeiro horror ambiental. Se nas telas a bolha assassina era uma espécie de geleia que devorava as pessoas, no mundo real ela foi uma enorme região do Oceano Pacífico cuja temperatura chegou até os 40ºC. O efeito se prolongou do Alaska até o México.

A vida marinha foi altamente afetada — especialmente a dos animais fixos, como o caso de esponjas e anêmonas. Enquanto espécies naturais deste ambiente sofrem para se recuperar, por outro lado espécies invasoras têm se proliferado com facilidade.

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As espécies invasoras são do filo dos briozoários, minúsculos invertebrados aquáticos que se organizam em colônias. Elas puderam prosperar graças a um grande desequilíbrio no sistema causado pela água quente: a temperatura da água limitou a troca de nutrientes entre o fundo e o topo do oceano. Com poucos nutrientes, grande parte do fitoplâncton morreu e, consequentemente, os animais que se alimentam dele também.

As espécies naturais deste local também não lidaram bem com a nova temperatura em termos metabólicos. Sua demanda por energia aumentou, sendo que eles já estavam obtendo pouca pela falta de alimento. Isso facilitou a proliferação dos invasores, que, além de se adaptarem bem às condições de temperatura, não possuem predadores no local.

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As mudanças no equilíbrio ecológico do sistema pós-Bolha podem até ter chegado a um ponto irreversível, ou pelo menos ser um efeito que vai levar muito tempo para ser recuperado. A preocupação dos cientistas é que a temperatura do oceano pode passar por novos aumentos até que isso aconteça.

Um dos responsáveis pelo estudo, o ecologista marinho Bob Miller da Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia, ressalta a importância de um monitoramento a longo prazo para compreender os impactos de tais eventos.

Fonte: Communications Biology Via: Science Alert