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Poluição por nanoplásticos é detectada pela primeira vez nos dois polos da Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Janeiro de 2022 às 17h00

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NASA
NASA

A poluição por nanoplásticos alcançou os polos sul e norte da Terra — e pela primeira vez um estudo constatou isso. As amostras de gelo coletadas pela pesquisa liderada pela Utrecht University também revelaram que as minúsculas partículas nocivas à saúde humana estão presentes nesses lugares remotos há pelo menos 50 anos.

Em comparação aos microplásticos, os nanoplásticos são menores e ainda mais tóxicos, mas agora ambos são encontrados em todo o mundo. Os pesquisadores acreditam que as pequenas partículas tenham sido depositadas nessas regiões remotas pela ação dos ventos e das correntes oceânicas.

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Por serem leves, a equipe sugere que os nanoplásticos tenham chegado à Groenlândia carregados pelos ventos que trazem a poluição de cidades da América do Norte e Ásia. Já na Antártida, essas partículas teriam sido carregadas pelas correntes oceânicas.

Nesta semana, um estudou apontou que a poluição química na Terra já ultrapassou o limite seguro para humanidade, pois a poluição plástica já está presente desde o topo do Monte Everest ao mais profundo oceano. Mas os efeitos do nanoplástico na saúde humana ainda são pouco compreendidos.

Nanoplásticos em amostras de gelo

Os pesquisadores coletaram um núcleo de gelo na Groenlândia com 14 metros de profundidade, com camadas que datam de 1965. Dušan Materić, principal autor da pesquisa, disse que a surpresa não foi encontrar o nanoplástico ali, mas constatar que ele está poluindo a Terra há décadas.

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A análise das amostras de gelo revelaram uma proporção de 13 nanogramas de nanoplásticos a cada mililitro de gelo derretido. Na Antártida, o valor é quatro vezes maior, o que os autores acreditam ser devido ao processo de formação do gelo marinho que acaba por concentrar mais dessas partículas.

Cerca de metade dos nanoplásticos encontrados na Groenlândia era polietileno, usado na produção de sacolas e embalagens plásticas. As partículas de pneus de carros reapresentavam um quarto, enquanto o tereftalato de polietileno correspondia a um quinto da concentração total.

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Na Antártida, o polipropileno é a substância mais comum encontrada na pesquisa. Nenhuma partícula de pneu foi detectada nas amostras. A equipe disse ser um problema grande, mas ainda é necessário mais estudos para estimar o tamanho do impacto dessa poluição no planeta e na saúde humana.

De todo modo, pesquisas recentes estimam que as pessoas podem estar respirando de 2.000 a 7.000 microplásticos ao dia, mesmo em suas casas. Mas os nanoplásticos são ainda mais perigosos quando no organismo, pois podem intoxicar as células e resultar em profundas inflamações.

O estudo foi publicado no periódico científico Environmental Research.

Fonte: Environmental Research, Via: The Guardian