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Parece que a Terra ficará sem oxigênio mais rápido que pensávamos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Dezembro de 2022 às 08h51

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goinyk/Envato
goinyk/Envato

O oxigênio no planeta Terra pode parecer algo garantido, que sempre esteve ali e sempre estará, permitindo que o ar ao nosso entorno seja respirável. Isso não poderia estar mais longe da realidade, já que o nosso lar já foi cheio de metano, e um dia voltará a ser — bem como ficará com baixo oxigênio novamente. Isso vai demorar bilhões de anos, mas acontecerá mais rápido do que pensávamos, segundo estudos.

Há cerca de 2,4 bilhões de anos, o mundo passava pelo Grande Evento de Oxigenação (GEO), que o tornou cheio do gás. A característica muito provavelmente não é permanente em planetas habitáveis, o que tem implicações na nossa busca por esse tipo de corpo celeste pelo universo.

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O que acontecerá na Terra do futuro?

Com simulações computacionais, os cientistas notaram que uma desoxigenação da atmosfera a níveis arqueanos (de 4 a 2,5 bilhões de anos atrás) ocorrerá rapidamente e terá o gatilho antes da generalização de condições úmidas pelo efeito estufa no clima da Terra, bem como antes da perda extensiva de superfície da água atmosférica.

A essa altura, já sera o fim da linha para nós, humanos, e outras formas de vida que precisam de oxigênio para sobreviver. Como há bilhões de anos à frente, provavelmente teremos soluções para melhorar nossas condições ou escapar daqui enquanto é tempo. Para as simulações, os pesquisadores modelaram detalhadamente a biosfera da Terra, incluindo fatores como o brilho da luz solar e a queda em níveis de dióxido de carbono, que gera menos fotossíntese pelas plantas.

Anteriormente, havíamos calculado que a radiação solar cada vez mais alta acabaria por eliminar os oceanos em cerca de 2 bilhões de anos, mas o modelo atual, com base em menos de 400.000 simulações, prevê uma queda drástica nos níveis de oxigênio antes mesmo desse evento.

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Procurando outros planetas

Isso impacta na nossa busca por outros planetas habitáveis, já que os cientistas querem saber o que procurar quando vasculham o céu noturno. Outras assinaturas biológicas provavelmente terão de ser buscadas, dado que o oxigênio pode não ser um recurso tão abundante ou necessário à vida. No planeta Terra, por exemplo, calcula-se que apenas de 20% a 30% de sua existência inclua a abundância do gás. Sem ele, deixamos apenas a vida microbiana por aqui.

Após perdermos o oxigênio, o que sobra são elevados níveis de metano, níveis baixos de gás carbônico e nenhuma cada de ozônio encobrindo a atmosfera. Os habitantes do planeta serão, muito provavelmente, um aglomerado de formas de vida anaeróbicas, que terão seus próprios desafios evolutivos — e seus próprios bilhões de anos para sair da Terra antes que ela deixe de existir.

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Fonte: Nature Geoscience