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Cientistas descobrem evidências de vida antiga em rubi de 2,5 bilhões de anos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Outubro de 2021 às 12h30

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Universidade de Waterloo
Universidade de Waterloo

Enquanto pesquisadores da Universidade de Waterloo analisavam a composição de algumas das pedras preciosas mais antigas do mundo, eles se depararam com o resíduo de carbono preservado em um rubi formado há 2,5 bilhões de anos. Segundo eles, o material encontrado na gema é provavelmente o bioindicador de uma forma de vida muita antiga, que existiu antes dos organismos mais complexos e multicelulares aparecerem na Terra.

Os geólogos envolvidos na pesquisa identificaram resíduos de uma forma de carbono puro, conhecido como grafite e, de acordo com eles, é provavelmente de origem biológica. Eles seriam os restos de algum microrganismo unicelular que viveu antes de os seres multicelulares surgirem no planeta. "O grafite dentro deste rubi é realmente único. É a primeira vez que vimos evidências de vida antiga em rochas com rubi", acrescentou o geólogo Chris Yakymchuk, principal autor do estudo.

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Yakymchuk explica que o grafite encontrado no rubi também oferece pistas quanto a formação da pedra preciosa naquele local, algo que seria impossível de determinar apenas pela cor e composição química. Os rubis são uma das variedades do mineral coríndon — composto por óxido de alumínio cristalizado — que se formam sobre grande temperatura e pressão nos limites das placas tectônicas da Terra. O vermelho característico é dado pelo raro elemento cromo — quanto mais cromo existir, mais vermelha será a gema.

Assim como em qualquer outro mineral, os rubis apresentam variações em sua pureza e transparência. Isso porque, durante sua formação, outros elementos no local são incorporados à gema — para a ciência, algo de valor inestimável. Enquanto Yakymchuk e sua equipe buscavam entender os processos de formação do coríndon em rubis da Groenlândia, onde existe um dos depósitos deste mineral mais antigos já conhecidos, eles detectaram o grafite no interior de uma amostra.

Esta forma de carbono puro pode se formar tanto pelo processo biológico quanto pelos químicos e físicos, na verdade. Para saber exatamente onde ele se originou, é necessário analisar o isótopo de carbono presente nele — variações de um mesmo elemento com massas atômicas diferentes. O carbono-14, que se forma naturalmente na atmosfera, é o mais comum usado para a datação de materiais físicos. Já o carbono-12 é o isótopo mais abundante ocorrendo em seres vivos.

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A equipe, então, descobriu que o grafite presente no rubi era o carbono-12 e a quantidade encontrada indicava uma origem orgânica. “Concluímos que os átomos de carbono já foram vidas antigas, provavelmente microorganismos mortos, como as cianobactérias", acrescentou Yakymchuk. A pesquisa foi publicada na revista Ore Geology Reviews.

Fonte: ScienceAlert