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"Onda de calor" na Antártida vai impactar o Brasil

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ADICTIVE_STOCK/envato
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Nos últimos dias, a Antártida enfrenta uma “onda de calor” em pleno inverno antártico, com possíveis consequências para o Brasil. Embora os termômetros continuem negativos, as temperaturas superficiais estão praticamente 30 ºC acima do esperado para o período.

“A onda de calor no Planalto Antártico é extraordinária mais pela duração do que pela intensidade, embora alguns valores sejam notáveis”, afirma Stefano Di Battista, analista do clima, para o jornal The Washington Post.

As previsões meteorológicas apontam que a atípica onda de calor pode durar por até 10 dias, antes da situação se normalizar completamente na Antártida. Com o aquecimento global, eventos extremos como esse podem se tornar mais frequentes nos próximos anos.

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"Onda de calor" na Antártida

Durante a onda de calor, as temperaturas alcançaram uma temperatura de 28 ºC acima do esperado e o aquecimento se estende por dias. Isso faz deste o segundo evento de aquecimento atípico na região no Polo Sul nos últimos dois anos. 

Até hoje, a maior onda de calor na Antártida foi registrada em março de 2022. Neste período, a costa leste atingiu um pico de pelo menos 39 ºC acima do normal. Recentemente, um estudo investigou os fatores envolvidos na época. Mesmo que o atual fenômeno não seja tão intenso, ainda tem consequências para o clima especialmente no Hemisfério Sul.

Por que as temperaturas estão menos frias?

Para entender o que ocorre na Antártida, vale conhecer o conceito de vórtice polar, ou seja, uma forte faixa de ar frio e baixa pressão que gira em torno de cada polo.

Durante o inverno antártico, o comportamento esperado é que o vórtice seja forte e estável. Entretanto, ondas atmosféricas o enfraqueceram neste ano, causando o  Aquecimento Estratosférico Repentino. Isso desestabiliza o cinturão de ventos ao redor da Antártida, identificado pela variável conhecida como Oscilação Antártica.

Assim, o ar frio (que deveria estar confinado no Polo Sul) é desviado. Para resumir, é como se a porta da geladeira tivesse ficado aberta e o frio vazasse para fora.

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“Com a Oscilação Antártica atipicamente negativa e por efeito os ventos mais fracos em torno da Antártida, abre-se a porta para o escape de ar muito frio para Norte em direção às latitudes médias na América do Sul, Sul da África, Austrália e Oceania”, explica o serviço de meteorologia MetSul.

Em paralelo, outras pesquisas apontam que o gelo marinho está perdendo o poder de resfriamento do planeta, o que indica para diferentes fatores contribuindo para este fenômeno.

Mudança das temperaturas no Brasil

Diante da onda de calor na Antártida, a previsão é que o fenômeno provoque a queda das temperaturas especialmente no Sul do Brasil, o que está previsto para acontecer próximo ao final de semana. Para o começo da semana que vem, é possível que ocorra um segundo pulso de ar frio. 

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Conforme o ar frio avança pelo país, a frente fria deve causar chuvas atípicas no auge da estação de seca nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Isso inclui os estados do Mato Grosso do Sul e de São Paulo.

Fonte: The Washington Post, MetSul