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O que é Zona de Exclusão de Chernobyl?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Março de 2024 às 11h00

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ArticCynda/Wikimedia Commons
ArticCynda/Wikimedia Commons

Em 2 de maio de 1986, a então União Soviética declarou oficialmente uma área proibida em torno da usina nuclear de Chernobyl, que passou a ser chamada de Zona de Exclusão de Chernobyl. Misteriosa, essa área intriga muitas pessoas, trazendo questões como: o que tem nela? É perigosa? Como está atualmente?

Ao todo, a Zona de Exclusão de Chernobyl conta com 2.700 km², e pode ser considerada como um dos mais radioativos do mundo, porque foi o ambiente mais severamente irradiado depois do desastre nuclear de Chernobyl.

Por conta disso, inclusive, passou a ficar isolada para qualquer pessoa, exceto funcionários do governo e cientistas. Durante o acidente, cerca de 200 mil pessoas precisaram ser realocadas.

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O que aconteceu em Chernobyl?

Para entender a Zona de Exclusão, primeiro precisamos revisitar o acidente nuclear. A Usina Nuclear de Chernobyl fica na Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia, e contava com quatro reatores quando, em 26 de abril de 1986, o reator número quatro passou por explosões que expeliram o material radioativo.

De acordo com o European Parllament, a explosão libertou na atmosfera 400 vezes mais radiação do que a produzida pela bomba atómica lançada sobre Hiroshima, de modo que o material alcançou toda a Europa.

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Estamos falando de mais de 100 elementos radioativos liberados na atmosfera por causa do desastre, como isótopos de iodo (que mesmo em níveis baixos pode causar câncer de tireoide), estrôncio (que pode levar à leucemia) e césio (cujos efeitos são especialmente prejudiciais no fígado e no baço).

Como surgiu a Zona de Exclusão de Chernobyl?

Um dia após a explosão, toda a cidade vizinha (Pripyat) já havia sido evacuada, mas novas ordens foram dadas em maio para evacuar todos os que permaneceram nas proximidades da usina.

Assim, a Zona de Exclusão de Chernobyl foi delimitada para a segurança da população, por conta do desastre nuclear. Começou com 30 km e se expandiu com o passar do tempo. No início, a região foi dividida em três:

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  • Zona de exclusão interna, com alta radiação dentro de um raio de 10 km da usina;
  • Zona de evacuação temporária, moderadamente irradiada;
  • Zona de monitorização rigorosa, esporadicamente irradiada.

O que tem na Zona de Exclusão de Chernobyl?

Em resumo, a Zona de Exclusão de Chernobyl abriga áreas altamente contaminadas por radiação, incluindo a cidade abandonada de Pripyat, instalações industriais desativadas e uma área de natureza intocada.

Atualmente, a zona de exclusão está repleta de uma variedade de espécies selvagens que ganharam forças com a ausência da humanidade. Um exemplo é que os lobos de Chernobyl desenvolveram resistência ao câncer por conta da radiação. 

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Depois que o desastre nuclear aconteceu, muitas espécies selvagens se adaptaram à vida nessas condições extremas, e passaram até por mutações genéticas.

Além dos lobos, espécies como javalis, castores, alces, águias, veados, linces e até ursos habitam as florestas da região.

A Zona de Exclusão de Chernobyl é perigosa?

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A Zona de Exclusão de Chernobyl é considerada perigosa. Depois do acidente, foi construída uma estrutura de concreto ao redor do reator explodido para conter o material radioativo, e em 2017 uma segunda estrutura ainda maior feita de aço, foi instalada para reforçar a proteção.

Mas mesmo depois disso, parte do combustível nuclear dentro do reator ainda está em combustão, então hoje em dia a área segue em monitoramento, e desperta preocupação com a possibilidade de uma nova explosão.

Embora a radiação tenha diminuído consideravelmente desde o acidente de 1986, ainda existem áreas dentro da zona que têm níveis perigosos de radiação. A região ainda enfrenta outros perigos, como estruturas instáveis, resíduos radioativos e a presença de vida selvagem potencialmente contaminada.

Tem gente morando na Zona de Exclusão de Chernobyl?

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Mas um ponto curioso é que a Zona de Exclusão de Chernobyl ainda conta com cerca de 200 residentes, que regressaram ilegalmente às suas aldeias evacuadas para sobreviver nas casas que tinham sido abandonadas.

Fonte: UK Centre for Ecology & Hydrology, Royal Society of Biology, International Nuclear Information SystemWorld Health Organization, European Parllament