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O maior lago da América do Sul está ficando verde! As consequências são severas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Outubro de 2021 às 11h06

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NASA Earth Observatory
NASA Earth Observatory

O Lago de Maracaibo, localizado ao noroeste da Venezuela, é considerado o maior lago da América do Sul e já foi a maior fonte de recursos naturais da região. A bacia na qual o lago se encontra abriga uma das maiores reservas conhecidas de petróleo e gás do mundo. No entanto, a crescente poluição no ecossistema local já afeta a saúde pública, ambiental e econômica da região — e isso pode ser observado nas imagens de satélites divulgadas pela NASA.

Observatório Terrestre da NASA revelou um lago com redemoinhos de cores verde, marrom e cinza. Segundo especialistas, Maracaibo representa como a crise da Venezuela afetou o meio-ambiente. Enquanto a vida selvagem e as comunidades pesqueiras sufocam em meio ao óleo derramado na bacia, o país enfrenta também o declínio da indústria petroleira.

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Com cerca de 8 quilômetros quadrados, o Maracaibo é um tipo de lago estuarino, pois a água doce se encontram com as águas salgadas do Mar do Caribe, conectadas pelo Golfo da Venezuela. Conhecida também como uma das maiores reservas de gás e petróleo do mundo, a região é explorada desde a Primeira Guerra Mundial. Não é à toa que a poluição e degradação observadas nas imagens da NASA não são novidade.

O lago abriga mais de 10 mil instalações de exploração de gás e petróleo, e cerca de 26 quilômetros de estabulações subaquáticas em funcionamento. A falta de manutenção é o motivo pelo qual manchas de poluição são avistadas com frequência em Maracaibo, mas nunca em um ritmo tão intenso como observado hoje, explica Eduardo Klein, diretor do laboratório de sensoriamento remoto da Universidade Simón Bolívar.

Segundo a legislação da Venezuela, o derramamento de óleo é considerado crime. Só entre 2010 e 2016, a estatal petrolífera do país, a PDVSA, foi responsável por mais de 46 mil derramamentos de petróleo bruto e outro elementos. A ausência de dados quanto a natureza e número de focos de vazamento deixa o trabalho de pesquisadores ainda mais difícil. Nos últimos anos, a falta de manutenção somada à fuga de cérebros competentes e à corrupção, levaram a produção de petróleo a decadência.

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Todo o sistema de tubulação presente no lago apresenta falhas por onde vazam petróleo puro e gás natural direto para a superfície. Sem contar o que a economia perde com estes vazamentos. Hoje, a indústria do país produz e exporta cerca de 700 mil barris ao dia — o equivalente a apenas 20% do que a PDVSA produziu em 1999. Com tanto poluição, hoje o Maracaibo é um lago eutrófico, ou seja, tem excesso de nutrientes.

Os nutrientes lançados por descarga doméstica e pela indústria local são consumidos por cianobactérias. É a proliferação dessas espécies as responsáveis pela coloração verde das águas do lago. Elas também bloqueiam a fotossíntese de outras plantas e, ao limitar o oxigênio, a população de peixes e outros animais começa a diminuir. Enquanto o ecossistema continua em declínio, as autoridades locais parecem ignorar a situação de anos no lago Maracaibo.

Fonte: NASA, BBC, The Washington Post