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Núcleo da Terra pode estar coberto por material oceânico antigo

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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Edward Garnero, Mingming Li/Arizona State University
Edward Garnero, Mingming Li/Arizona State University

Um estudo recente sobre as camadas mais profundas da Terra encontrou uma nova estrutura no interior do planeta. Entre o núcleo e o manto terrestre, uma fina e densa camada do leito oceânico antigo teria se assentado.

Cientistas conseguem mapear o interior do globo através de imageamentos sísmicos — isto é, usando os sinais de ondas sísmicas para inferir as características dos meios que elas atravessam. Como a camada em questão é extremamente densa, as ondas perdem muita velocidade ao passar por ela. Isso confere à região o título de Zona de Velocidade Ultra Baixa (Ultra-low Velocity Zone – ULVZ).

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Pedaços isolados de leito oceânico antigo já haviam sido detectados, mas, pela primeira vez, os dados sugerem que ele ocupa toda a fronteira entre o núcleo e o manto. A formação destas ULVZs pode ser explicada pelo processo de movimentação de placas tectônicas: quando uma delas se move sob outra — nos locais conhecidos como zonas de subducção — o material rochoso afunda no magma. Com o passar do tempo geológico, esse material se acumulou entre o manto e o núcleo, com espessuras variando entre 5 e 40 km.

A descoberta foi feita por uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por cientistas da universidade norte-americana do Alabama. Samantha Hansen, autora principal do estudo, afirma que a pesquisa “fornece conexões importantes entre estruturas da superfície e das profundezas da Terra.” Para obter seus resultados, o time usou os dados de uma rede de monitoramento de ondas sísmicas no hemisfério sul, com informações coletadas por 15 estações localizadas na Antártida.

A existência dessa fina camada — e as irregularidades de sua espessura — pode ter implicações para variações no campo magnético terrestre ou até mesmo na atividade vulcânica quilômetros acima.

Os cientistas esperam que pesquisas futuras forneçam ainda mais detalhes sobre a camada e as consequências de sua existência para o restante da estrutura do planeta.

Fonte: Science Advances Via: University of Alabama