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Núcleo interno da Terra seria "super iônico" em vez de sólido

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Fevereiro de 2022 às 18h10

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shooogp/Sketchfab
shooogp/Sketchfab

O núcleo interno da Terra pode não ser tão sólido quanto dizem os modelos científicos mais amplamente aceitos, mas sim feito de um material super iônico — um dos estados da matéria, assim como o sólido e o gasoso. De acordo com um novo estudo, isso explicaria alguns mistérios não resolvidos sobre o centro do planeta.

No estado super iônico, os elementos se comportam de maneira estranha. A água super iônica, por exemplo, foi recentemente feita em laboratório com temperaturas e pressões extremamente altas. Cada molécula foi separada por estas condições.

O resultado foi que os íons (mome dado aos núcleos atômicos quando ganham ou perdem elétrons) de oxigênio formaram uma parte sólida, enquanto os íons de hidrogênio flutuam mais semelhante a um líquido. Para os autores do novo estudo, o mesmo acontece no núcleo da Terra.

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Há algum tempo, os cientistas debatem sobre o núcleo interno do planeta; alguns argumentam que ele é sólido, enquanto outros sustentam a hipótese de ser uma espécie de mistura entre diferentes estados. A favor destes últimos, estão as leituras sísmicas.

As ondas sísmicas, que viajam através do interior da Terra até a superfície, são usadas para se deduzir as características do núcleo, já que não há meios de cavar até lá. Com esses dados, a equipe usou simulações de computador de como as ondas viajariam por diferentes combinações de elementos.

Foi assim que eles descobriram que as ligas de ferro com carbono, hidrogênio e oxigênio poderiam funcionar da mesma maneira que a água super iônica. Os átomos de ferro eram 'sólidos' na estrutura de rede cristalina, enquanto as moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio se difundiam pelo meio, criando o elemento líquido.

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Os pesquisadores calcularam as velocidades sísmicas nessas ligas de ferro super iônicas, e disseram que seus resultados "se encaixam bem com observações sismológicas. São os elementos semelhantes a líquidos que fazem o núcleo interno amolecer".

Ainda é cedo para que algo possa ser concluído por definitivo, mas o novo modelo pode ser um bom passo rumo ao esclarecimento sobre o assunto. O artigo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; via: EurekAlert