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Nova tecnologia pode impedir que furacões tropicais se tornem agressivos

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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Quando um furacão tropical encontra em seu caminho águas mais quentes na superfície do oceano, ele obtém ainda mais energia, podendo se tornar um evento ainda mais voraz — um exemplo recente disso é o recente furacão Ida. Mas e se essa fonte de calor fosse eliminada? É isso o que a empresa norueguesa OceanTherm propõe com seu método cortina de bolha. Através de um tubo instalado no fundo do mar, bolhas de ar seriam liberadas para conduzir as águas mais frias até a superfície.

A chamada cortina de bolha é até bem simples: um tubo perfurado é colocado no fundo do mar e, assim, fornece as bolhas de ar comprimido nas profundezas. Quando as bolhas sobem, elas deslocam a água mais fria das profundezas para a superfície; assim, a superfície do oceano é resfriada.

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O projeto piloto foi conduzindo junto à instituição norueguesa de pesquisa SINTEF em um fiorde localizado na cidade de Vanvikan, na Noruega. O tubo perfurado foi instalado a cerca de 50 metros abaixo da superfície e, assim, a temperatura da superfície subiu 0,5 °C em relação às águas profundas. “Os tubos devem estar localizados entre 100 e 150 metros de profundidade para extrair água fria o suficiente”, apontou Grim Eidnes, pesquisador sênior da SINTEF.

A técnica é usada há décadas na Noruega para manter fiordes (grande entradas do mar entre montanhas) livres do congelamento, ao transportar a água mais salgada e quente do fundo do mar até a superfície. Agora, a OceanTherm trabalha para demonstrar o potencial da cortina de bolha no combate a grandes furacões tropicais.

Apesar do bom desempenho no primeiro teste, a cortina de bolha ainda não foi avaliada com um furacão de verdade. Por isso, é muito cedo para afirmar que o método é, de fato, eficaz para reduzir o perigo dos furacões tropicais. Além disso, é necessário considerar quais impactos ambientais podem surgir a partir dessas alterações na temperatura das águas superficiais.

A engenheira ambiental Tracy Fanara, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), explicou sobre o efeito dominó que isso poderia causar. Ela destacou o fenômeno da maré vermelha, provocado por uma espécie de alga marinha que se prolifera excessivamente. “Com a maré vermelha da Flórida, você pode estar forçando um evento de ressurgência que faz com que essas células venham de baixo para cima”, ressaltou.

Fonte: Futurism, OceanTherm, SINTEF