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Nova ilha formada no Oceano Pacífico abriga bactérias nunca vistas no local

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Imagem: Damien Grouille/CC BY-SA 4.0.
Imagem: Damien Grouille/CC BY-SA 4.0.

Uma ilha surgida de uma erupção vulcânica no sul do Oceano Pacífico se revelou uma oportunidade única de estudo para geólogos e vulcanólogos. Porém, biólogos também tiveram a chance de estudar um ambiente novo, com formas de vida nunca antes vistas em tais condições.

Esta massa de terra surgida em Tonga foi resultado da erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai em 2015. Na verdade, sua existência foi breve — outra erupção, desta vez em 2022, destruiu a ilha. Este intervalo de sete anos, contudo, foi o suficiente para a realização de pesquisas de como uma comunidade microbiana coloniza tal ambiente.

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Em um estudo recém publicado, cientistas reportaram a descoberta de organismos que metabolizam enxofre e gases atmosféricos, da mesma forma que bactérias em fontes termais e fumarolas — fendas na fundo do mar cuja proximidade com o manto da Terra faz com que elas emitam vapor d’água com substâncias como sulfatos.

Plantas logo ocuparam a ilha, provavelmente por sementes carregadas por pássaros. Essas sementes também transportam microrganismos diversos que acabam povoando o ambiente. Mas, nas áreas sem vegetação, a população de bactérias foi bem diferente das expectativas.

“Não vimos o que estávamos esperando”, afirma Nick Dragone, pesquisador da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. O resultado surpreendeu os cientistas pois eles imaginavam observar seres semelhantes aos encontrados quando uma geleira derrete ou, então, cianobactérias.

Não é sempre que se pode investigar o surgimento de um novo ecossistema como esse. Nos últimos dois séculos, a ilha formada pelo Hunga Tonga foi somente a terceira a aparecer desta forma e durar mais de um ano. Além disso, ela foi a primeira na região dos trópicos.

A erupção recorde do mesmo vulcão em 2022 destruiu o ambiente, impedindo futuros estudos sobre o local, pelo menos diretamente. Ainda existem amostras coletadas, como as que possibilitaram estas descobertas. De qualquer forma, os cientistas estão preparados caso outra oportunidade surja. Se outra ilha se formar em um erupção futura, “temos um plano de ação para estudá-la,” conclui Dragone.

Fonte: mBio Via: University of Colorado