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Mundo subterrâneo com novas formas de vida é encontrado abaixo do oceano

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Bright et al./Nature Communications
Bright et al./Nature Communications

A Dorsal do Pacífico Leste é uma fenda oceânica ativa, ficando exatamente onde duas placas tectônicas se encontram, nas profundezas do leito oceânico. Suas fontes hidrotermais já eram conhecidas, mas acreditava-se que só micróbios e vírus habitavam o subterrâneo do solo marinho — até agora.

Cientistas, em um novo estudo que usou veículos operados remotamente (ROVs) e mergulhos na região, encontraram uma diversidade inesperada e comunidades inteiras de vermes tubulares, cujo espalhamento ainda é desconhecido. Também chamadas de fumarolas, as fontes hidrotermais nascem da união das águas marinhas com o magma abaixo da crosta do fundo do mar.

Comunidades de vida suboceânica

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Os pesquisadores responsáveis, da Universidade de Viena, velejaram na embarcação Falkor (too) do Instituto Oceânico Smith, até a Dorsal do Pacífico, usando, então, o ROV SuB-astian para mergulhar até as fumarolas das profundezas, a 2.515 metros de profundidade. Com o veículo remoto, que possui braços mecânicos, pedaços da crosta oceânica foram remexidos e expostos, mostrando seu interior.

Para a surpresa dos cientistas, abaixo do fundo do mar foram encontrados vermes tubulares (também chamados de poliquetas) da espécie Riftia pachyptila no local, que podem chegar a 3 metros de comprimento e são extremófilos, ou seja, sobrevivem no extremo calor e junto a substâncias altamente tóxicas, como o sulfeto de hidrogênio. 

Acredita-se que as larvas da espécie se dispersem no mar através da coluna d’água, apesar de nunca terem sido observadas em campo. Na pesquisa, foi sugerido que, na crosta suboceânica, as larvas viajam através dos fluidos dos “respiradouros” das fumarolas. Eles são cavidades quentes e cheias de fluido, onde também habitam outras criaturas móveis, como vermes e caracóis marinhos.

Segundo os cientistas, a descoberta pede que proteções ambientais sejam postas em prática para preservar as formas de vida, que antes acreditávamos habitar apenas o solo do oceano, não a crosta abaixo dele. Esses animais hospedam densas comunidades bacterianas que oxidam substâncias químicas reduzidas e fixam carbono, então são importantes para o fluxo geoquímico regional.

A dimensão das comunidades abaixo do fundo do mar ainda é desconhecida, então proteger as fumarolas deve ser priorizado, já que seu ecossistema está ligado às formas de vida acima dele — perturbar a vida marinha pode ter consequências sérias para todo o meio ambiente.

Fonte: Nature Communications