Morte em massa de elefantes em 2020 está atrelada a 'envenenamento' da água
Por Júlia Putini • Editado por Luciana Zaramela |
Uma pesquisa publicada na revista científica Science of The Total Environment revela que a morte em massa de elefantes africanos em Botsuana durante 2020 foi causada pela proliferação de algas tóxicas que "envenenaram" os poços onde os animais bebiam água.
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O estudo, realizado pelo King's College London e divulgado em novembro, demonstrou que houve proliferação de cianobactérias tóxicas, que se desenvolveram após um ano muito chuvoso seguido de um muito seco.
Essa é uma consequência indireta das mudanças climáticas, que proporcionaram o crescimento sem precedente das cianobactérias, também chamadas de algas azuis.
A partir da análise de dados de satélite, foi possível estabelecer uma relação entre cerca de 3.000 poços de água e a localização de elefantes mortos. Na época, foram encontrados 350 espécimes sem vida entre maio e junho de 2020.
As informações indicam que, após se hidratarem nesses locais, os animais caminharam em média 16,5 km a partir dos poços de água tóxicos e morreram em cerca de 88 horas após a exposição.
Em uma declaração à imprensa, Davide Lomeo, o principal autor da pesquisa, destacou a quantidade inédita de mortes entre a maior população dos elefantes africanos, especialmente por estar atrelada às mudanças climáticas.
"Botsuana abriga um terço de todos os elefantes africanos, e essa mortandade [...] ressalta as crescentes preocupações em torno do impacto da seca e das mudanças climáticas no Delta do Okavango, um dos ecossistemas mais importantes do mundo", disse Lomeo.
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