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Japão libera água de Fukushima no oceano e países mostram insatisfação

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Alexandr/Pixabay
Alexandr/Pixabay

Com o início oficial da liberação de água residual do acidente nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico, a China anunciou sanções aos produtos alimentícios importados do Japão, nesta quinta-feira (24), como os frutos do mar. A lista exata de restrições ainda não foi divulgada, mas a medida deve provocar fortes impactos econômicos no setor de pescados.

Embora a China tenha sido o primeiro país da região a adotar medidas mais extremas contra o projeto que vai despejar água de Fukushima no oceano, outras nações demonstram insatisfação com o projeto aprovado pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), da ONU.

Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte pediu que a descarga de água fosse interrompida, classificando a ação como um “crime contra a humanidade”, segundo a agência de notícias Reuters.

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Em paralelo, protestos ocorreram na Coreia do Sul contra a liberação e cerca de 16 manifestantes foram presos após invadirem a embaixada do Japão em Seul. Oficialmente, as autoridades sul-coreanas não se posicionaram de forma contrária ao projeto japonês.

Por que a China vai bloquear importações do Japão?

Justificando a proibição de importação de alimentos, as autoridades alfandegárias informaram, em comunicado, que o país está "preocupado com o risco de contaminação radioativa trazida pelos alimentos e produtos agrícolas do Japão".

Até o momento, os estudos avaliados pela IAEA não identificaram este risco, se o tratamento de radioatividade proposto for seguido antes da liberação. Nessas circunstâncias, é previsto um “impacto radiológico insignificante [após a liberação das águas residuais] nas pessoas e no meio ambiente”.

Com base no entendimento da agência da ONU, o governo japonês acusou a China de divulgar “afirmações cientificamente infundadas”. Inclusive, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, pediu que as discussões sobre o projeto fossem baseadas na ciência.

Segundo análises japonesas, a água de Fukushima foi tratada e filtrada. Assim, praticamente todos os isótopos perigosos foram removidos, exceto vestígios de trítio — um isótopo do hidrogénio difícil de separar totalmente da água. Tal substância foi diluída até que os níveis tenham ficado muito abaixo dos limites regulamentares impostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Impacto econômico da resposta chinesa ao plano de Fukushima

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O fato é que, se a medida imposta pela China contra os frutos do mar japoneses for mantida, este setor da economia sofrerá fortes perdas. Em 2022, o Japão exportou cerca de 600 milhões de dólares (2,9 bilhões de reais) em alimentos do tipo para o consumo da população chinesa. Se Hong Kong aderir a essa medida, como é previsto, as empresas japonesas deixarão de vender para as regiões que compraram 42% das suas exportações do setor no ano passado.


Fonte: Reuters