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Gás carbônico encolhe a atmosfera da Terra e impacta a órbita de satélites

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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ESA
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Um novo impacto das altas taxas de dióxido de carbono na atmosfera foi observado em estudos recentes: o gás carbônico tem causado um encolhimento da alta atmosfera terrestre. O fenômeno já havia sido teorizado, mas foi agora observado pela primeira vez.

O encolhimento pode ter sérias implicações para o lançamento de novos satélites. Com a alta atmosfera se contraindo, toda a tecnologia obsoleta que segue na órbita terrestre tende a permanecer lá por mais tempo.

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Cientistas afirmam que, até certa medida, a contração das camadas superiores da atmosfera é normal e será revertida naturalmente. Já a porcentagem atribuída ao carbono pode ser permanente.

Atmosfera dinâmica

A atmosfera é comumente classificada em uma série de camadas de acordo com a altitude, mas seu volume total é variável. Diversos fatores fazem com que ela se expanda e contraia, sendo o Sol o principal deles.

A atividade solar também não é a mesma o tempo todo, ela varia em ciclos de altos a baixos com duração aproximada de 11 anos. Cientistas utilizaram dados do último ciclo para medir a contração atmosférica influenciada por ele e inferir o efeito do gás carbônico.

O estudo focou em duas camadas: a mesosfera e a baixa termosfera, conhecidas como MLT (do inglês, mesosphere e lower termosphere). Estas camadas começam a cerca de 60 km e 90 km de altitude, respectivamente. A contração ocorre pois parte do calor presente nas moléculas de CO2 do MLT escapa para o espaço.

Os resultados

De acordo com o estudo, a atmosfera encolheu um total de 1,3 km desde 2002, sendo que 300 metros são atribuídos ao gás carbônico. Embora isso não pareça muito, o resfriamento e contração do MLT pode representar uma redução de 33% no arrasto atmosférico até 2070.

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O arrasto atmosférico é a força de resistência exercida pelo ar a um objeto na atmosfera. Ele ajuda satélites e foguetes a saírem de órbita quando seu serviço é concluído. Essa diminuição implica em maior tempo de "vida" do material que lançamos para circundar o planeta.

O estudo completo foi publicado na revista científica Journal of Geophysical Research: Atmospheres.

Fonte: JGR Atmospheres Via: Science Alert