Fumaça de incêndios florestais no Chile é fotografada por satélites
Por Rodilei Morais | Editado por Patricia Gnipper | 08 de Fevereiro de 2023 às 08h21
A forte onda de calor que atinge o Chile desde a última semana vem causando incêndios florestais nas regiões de Bío-bío e Ñuble, a cerca de 500 quilômetros da capital Santiago. Satélites da NASA fotografaram a fumaça liberada em imagens que revelam a extensão da área afetada, que já chega a quase 300.000 hectares.
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Desde a última quinta-feira (2), o fogo que se alastra pela região centro-sul do país andino já destruiu mais de mil lares e se espalhou por uma área equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Já no dia seguinte, o presidente Gabriel Boric declarou situação de emergência na região afetada.
Veja a imagem do sistema MODIS, integrante do satélite Aqua, que registrou a fumaça nas proximidades do município de Santa Juana, ao sul de Concepcíon, capital da província:
Outro registro, feito pelo satélite Landsat-8, permite ver detalhes da área afetada através de uma composição em falsa-cor — técnica que colore os sinais captados pelo sensor em comprimentos de onda além da luz visível, como em faixas do infravermelho, neste caso.
Um país tipicamente seco — dada a influência de correntes marítimas e de sua topografia —, o Chile vem passando por uma escassez de água fora do comum. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o período de seca que atinge o país há 13 anos é o mais longo no último século. Outro fator que vem agravando os incêndios são massas de ar quente vindas da Argentina.
O resultado disso, como reporta o setor florestal do Ministério de Agricultura chileno, é uma área queimada sete vezes maior do que a média nos últimos cinco anos. Em 2017, o país passou pela sua pior temporada de incêndios desde que há registros, chegando a um total de 570.000 hectares queimados.
Nesta segunda (6), México, Argentina e Espanha enviaram mais de 200 brigadistas especializados no combate a incêndios florestais para ajudar a controlar a situação no Chile. A equipe chegou a bordo de um avião capaz de lançar água e um químico retardante de chamas.