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INPE divulga as primeiras imagens feitas pelo satélite Amazonia-1 durante testes

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Reprodução/INPE
Reprodução/INPE

O satélite Amazonia-1, o primeiro totalmente projetado, desenvolvido, testado e operado pelo Brasil, foi lançado com sucesso. Apesar de informações recentes que indicavam a ocorrência de anomalias em sua rotação, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) afirma que a operação do satélite segue sem problemas, tanto que a câmera do satélite registrou suas primeiras imagens na última quarta-feira (3).

O Amazonia-1 foi lançado em 28 de fevereiro a bordo do foguete PSLV-C51 em Sriharikota, na Índia. O veículo levou o satélite para uma órbita polar, a 750 km de altitude, onde ele irá observar a Terra e ajudar a monitorar o desmatamento na região amazônica. Após ser liberado, o satélite apresentou rotação excessiva, que pôde ser corrigida pelo sistema de controle de altitude.

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Alguns dias depois, rastreadores independentes identificaram uma possível anomalia na rotação do satélite: uma publicação feita pelo grupo USA Satcom na última terça-feira (2) informava que o Amazonia-1 pareceu "capotar" ao passar pela banda S, e um tuíte de um rastreador da Itália, feito sete horas depois, levantou a mesma possibilidade — mas, de acordo com Clezio di Nardin, diretor do INPE, não houve nenhum problema, e o satélite operou em modo normal o tempo inteiro. Segundo ele, o satélite está passando por testes da câmera, painéis e outros componentes, e essa fase deve durar até 15 de março.

Essa rotação anormal teria ocorrido pouco antes de o Amazonia-1 sobrevoar o solo brasileiro e antes de ter ativado sua câmera pela primeira vez. Pessoas envolvidas no projeto afirmam que o ocorrido fez com que o satélite entrasse em modo de sobrevivência automaticamente, para conseguir energia solar e manter a carga de suas baterias. De acordo com uma publicação do INPE, o satélite capturou as primeiras imagens do Brasil durante os testes, e elas foram feitas pela câmera WFI, uma inovação da indústria espacial brasileira.

Depois de dois dias de testes feitos com os subsistemas do Amazonia-1, a câmera WFI foi ligada quando o satélite realizava duas passagens pelo território brasileiro durante o dia, registrando imagens de pontos variados. A primeira passagem durou cerca de dez minutos, e as imagens produzidas foram recebidas pelas estações do Inpe em Cuiabá e Cachoeira Paulista. Já a segunda, com pouco mais de 10 minutos de duração, ocorreu na direção oeste, e os dados foram enviados com sucesso também para a estação em Cuiabá.

Os dados brutos da câmera foram processados em São José dos Campos e Cachoeira Paulista, ambos municípios de São Paulo. Depois que a fase de manobras da inserção do satélite na órbita nominal chegar ao fim, será iniciada a fase de comissionamento da câmera WFI. Essa etapa deverá durar cerca de dois meses, e a equipe do Inpe irá analisar a qualidade radiométrica e geométrica das imagens produzidas.

Os registros produzidos pela câmera serão capazes de contribuir para o monitoramento de queimadas, desmatamentos, desastres ambientais, entre outras aplicações. O satélite segue numa órbita heliossíncrona, onde se desloca à velocidade de 27 mil km/h, levando 100 minutos para dar uma volta em torno do nosso planeta. Dessa forma, o Amazonia-1 é capaz de fazer imagens de alta resolução de qualquer lugar da Terra, e deverá fornecer imagens do território brasileiro a cada dois ou três dias, contribuindo para o monitoramento do desmatamento na região amazônica.

Este satélite compõe a Missão Amazônia, também do INPE, que futuramente terá o apoio dos satélites Amazônia-1B e Amazônia-2, ainda sem data de lançamento definida.

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Fonte: Mensageiro Sideral, Inpe (1, 2, 3)