Explosão de gás metano no solo explica o aparecimento de crateras na Sibéria
Por Natalie Rosa | 17 de Setembro de 2020 às 14h15
Em 2017, um pastor de renas descobriu a formação de uma cratera na península de Yamal, no noroeste da Sibéria (Rússia), que surgiu após ter ouvido uma forte explosão no local. Com cerca de sete metros de diâmetro e quase 20 metros de profundidade, agora os pesquisadores fazem a relação da cratera com o derretimento do permafrost, um tipo de solo presente na região do Ártico que é constituído por terra, gelo e rochas congeladas permanentemente.
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A descoberta foi o pontapé inicial para a identificação de outras 17 largas crateras, muitas delas cobertas por águas turvas, ganhando o apelido de "buracos negros" pelos moradores da região. A cratera mais recente foi encontrada neste inverno (verão na Rússia), com 31 metros de profundidade e também de diâmetro, mas sem a localização exata revelada.
Inicialmente, o aparecimento das crateras na Sibéria não trazia respostas sobre o que causou o seu surgimento, com probabilidades envolvendo o impacto de pequenos meteoritos ou ainda sumidouros, nome dado ao curso superficial da água ao penetrar o solo. Somente após meses de estudo os cientistas começaram a considerar a causa como o acúmulo de gás metano em bolsões de permafrost que estariam degelando sob a superfície.
Grandes áreas da Sibéria são formadas por permafrost, e assim que o clima é aquecido as camadas mais superficiais desse gelo começam a derreter, fazendo com que a atividade microbiana no solo passe a aumentar de forma considerável, fazendo então com que grandes quantidades de metano sejam liberadas por microorganismos. O metano fica preso no subsolo, formando bolsões de gás inflamável, provocando então as explosões.
Nesses bolsões subterrâneos, a concentração de gases de efeito estufa, como metano e dióxido de carbono, é mil vezes maior que a do ambiente em si. Então, acaba sendo extremamente perigoso o risco de explosão não só para quem possa estar perto, como também para a atmosfera do planeta, o que pode ser ainda nocivo a longo prazo.
Fonte: Forbes