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Crise climática fez da Terra o “atlas do sofrimento humano” em 2022

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Dezembro de 2022 às 16h11

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Reprodução: Pete Linforth/Pixabay
Reprodução: Pete Linforth/Pixabay

Com 2022 chegando ao final, especialistas avaliam que o ano foi marcado pelo agravamento da crise climática, com enchentes, secas e ondas de calor fazendo da Terra um “atlas do sofrimento humano''. Ao mesmo tempo, os esforços para reverter o cenário se mostram insuficientes, já que as emissões de carbono chegaram a um recorde.

Embora a humanidade tenha feito algum progresso em termos de acordos climáticos nos últimos 12 meses, na prática, a situação climática piorou significativamente no último ano. A meta de manter o aquecimento global no limite de 1,5ºC está ameaçada e os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais presentes no mundo.

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Em novembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu líderes globais para decidir ações contra o aquecimento global. Um mês depois, um outro encontro foi promovido, desta vez em prol da biodiversidade ameaçada pelas atividades humanas. Embora, em ambos os casos, acordos relevantes tenham sido firmados, especialistas dizem que as decisões mais importantes foram adiadas.

O “atlas do sofrimento humano”

Um relatório climático apresentado em fevereiro foi chamado de “atlas do sofrimento humano” pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Ondas de calor recordes atingiram China e Europa, enchentes causaram enormes danos na Alemanha, Brasil e Paquistão, por exemplo. Por outro lado, uma seca intensa deixou milhões de pessoas com fome no leste africano.

Para o cientista climático Robert Vautard, do Pierre-Simon Laplace Institute, 2022 entra para a história como um dos anos mais quentes. “Infelizmente, isso é só o começo,” ele afirma.

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O que torna a situação ainda mais preocupante é que a atmosfera ainda está sob o efeito da La Niña, fenômeno natural no Oceano Pacífico que resfria o ar global. Quando esse efeito passar, o aquecimento global deve atingir um novo patamar, segundo Vautard.

2022 na balança

Entre os maiores passos dados esse ano está a criação de um fundo de auxílio para os países menos desenvolvidos e mais impactados pelas mudanças climáticas. Mas, embora os países mais ricos, e também os maiores poluidores, tenham concordado com a decisão, pouco foi feito para reduzir emissões e evitar danos no futuro.

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Para Harjeet Singh, da Climate Action Network, a cúpula da ONU “atacou as consequências das mudanças climáticas, mas não as causas”. Para atingir a meta de aquecimento máximo de 1,5ºC, é preciso diminuir cerca de 45% das emissões até 2030 e zerá-las até 2050.

A próxima conferência climática da ONU será em novembro de 2023, nos Emirados Árabes Unidos – um dos maiores exportadores de petróleo do mundo.