Publicidade

Compensação de carbono pode ser “inútil”, aponta mídia internacional

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Janeiro de 2023 às 18h07

Link copiado!

NASA
NASA

Um estudo feito pela associação de mídias internacionais do jornal britânico The Guardian, o alemão Die Zeit e a organização SourceMaterial de jornalismo investigativo questiona a efetividade do mercado de compensação de carbono em balancear as emissões de gases estufa. Segundo o grupo, a compra de créditos de carbono em florestas tropicais é essencialmente “inútil”.

O mercado de créditos de carbono se tornou uma alternativa popular para grandes corporações balancearem suas emissões, financiando projetos que protegem florestas que compensariam suas liberações de gases na atmosfera. A análise dos veículos de mídia sugere, porém, que cerca de 90% da compensação seria por “créditos fantasma” e não teriam efetividade.

Continua após a publicidade

Ao longo de nove meses, a investigação analisou os relatórios de atividade da Verra, uma das líderes mundiais no mercado de carbono. A conclusão foi que as compensações, de forma geral, não levaram reduções significativas de emissões e não resultaram em nenhum benefício climático. De acordo com o The Guardian, “apenas um punhado de projetos mostraram evidências de redução de desmatamento, [...] análises mais profundas sugerem que 94% dos créditos não trouxeram benefícios para o clima.”

Desde 2009, a Verra forneceu mais de um bilhão de créditos de carbono. A organização afirma que o estudo realizado pelo grupo chegou a “conclusões errôneas".

Para gerar os créditos de carbono, os recursos devem ser dirigidos a proteger uma quantidade de árvores que seriam capazes de absorver a quantidade de carbono equivalente às emissões de quem está comprando. Dentre os clientes da Verra, já estiveram a petrolífera Shell, a fornecedora de softwares Salesforce e até a banda Pearl Jam.

Continua após a publicidade

O Brasil é visto como uma grande fonte destes créditos, dada a extensão de suas florestas. O desmatamento no país, porém, vem crescendo nos últimos anos, após um período de grande redução nas taxas anuais.

Fonte: Terra DailyValor Investe