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Como antigo deslizamento no fundo do Mar Vermelho pode alertar futuros tsunamis

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Fevereiro de 2022 às 14h46

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University of Miami/OceanXplorer
University of Miami/OceanXplorer

Um deslizamento subaquático de terra que aconteceu há 500 anos no Mar Vermelho produziu ondas de até 10 metros, que atingiram a costa egípcia. Agora, um estudo liderado pela University of Miami prevê que a instabilidade geológica da região possa produzir eventos desse tipo ainda mais intensos no futuro, gerando até mesmo tsunamis.

Enquanto a equipe explorava o Estreito de Tiran, a 900 metros de profundidade, eles observaram uma encosta íngreme com oito metros de altura e um abismo, com três metros de largura, logo à frente da porção de terra.

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Imediatamente, o geocientista marinho Sam Purkis, principal autor do estudo, percebeu se tratar do resultado de alguma força geológica que quebrou o fundo do mar.

Outros trabalhos revelaram que a formação íngreme era o resultado de um deslizamento de 30 metros de terra no fundo do mar, que, provavelmente, desencadeou ondas de 10 metros de altura que atingiram a costa do Egito há 500 anos — tudo isso em questão de minutos.

Ainda hoje, a porção de terra que sobrou no fundo do mar pode desabar, provocando um tsunami duas vezes maior do que aconteceu há meio século, ameaçando a costa povoada do Egito e da Arábia Saudita.

Mar Vermelho: uma fenda marítima

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O Mar Vermelho nada mais é do que uma fenda marítima, formada pela separação gradual das duas placas tectônicas o que cercam. Isso torna a região suscetível a terremotos, mas a descoberta mostra como outros eventos podem desencadear perigosos maremotos.

Os pesquisadores estimaram que, se a porção de terra no fundo do mar deslizar 50 metros, a cidade egípcia de Sharm El Sheikh seria atingida dentro de um minuto e meio por ondas com até 21 metros de altura. Com um deslizamento de 100 metros, as ondas alcançarim até 45 metros de altura.

A equipe acredita que o evento ocorrido há 500 anos passou despercebido porque, além de não ter sido acompanhado por um terremoto, o local onde hoje fica Sharm era povoado ocasionalmente por alguns poucos pescadores — cenário bem diferente do que é atualmente.

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Para a equipe, os deslizamentos de terra no fundo do Mar Vermelho, agora, devem ser monitorados da mesma maneira que os terremotos, pois isso evitaria que as costas sauditas e egípcias fossem pegas de surpresa.

A pesquisa foi apresentada na revista Geophysical Research Letters.

Fonte: Geophysical Research Letters, Via ScienceAlert