Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Colapso da Antártida pode acontecer mais cedo do que se pensava, revela estudo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Novembro de 2021 às 15h40

Link copiado!

Uni Bonn/Michael Weber
Uni Bonn/Michael Weber

Um novo estudo, conduzido pela University of Bonn, revela mais uma informação preocupante sobre o real estado da saúde climática do nosso planeta. Segundo a pesquisa, o aquecimento global pode antecipar o ponto de inflexão do gelo que cobre a Antártida em 10 anos — bem mais cedo e rápido do que se pensava. Uma consequência disso, além da elevação do nível dos mares, é a perda do habitat do qual muitas espécies dependem para sobreviver.

O ponto de inflexão significa que, uma vez ultrapassado, não há nada que possa ser feito para reverter determinada situação. Neste caso, se aplicaria à camada de gelo no continente gelado. E, de acordo com os autores do novo estudo, a Antártida já pode estar atravessando esse estado crítico. Para entender como a região se comporta hoje, os pesquisadores observaram os últimos 20 mil anos — que data da última era do gelo — registrados nos núcleos de gelo extraídos do fundo do mar.

Continua após a publicidade

A paleontologista Zoë Thomas, da University of New South Wales e coautora do estudo, explicou que, durante épocas em que a camada de gelo recuou no passado, isto aconteceu de forma abrupta, onde a Antártida perdeu massa de gelo em questão de um ou duas décadas. À medida que os icebergs se desprendem do continente, eles flutuam pelo canal conhecido como Beco do Iceberg, e os detritos liberados por eles se acumulam no fundo do mar.

Esse acumulo de detritos, localizado a 3,5 km abaixo da superfície do mar, forneceu aos pesquisadores um registro das dinâmicas passadas. Os pesquisadores, então, combinaram estas informações com modelos de computador para entender o comportamento do gelo, identificando oito fases de recuo do gelo ao longo dos últimos milênios. Em todas elas, tanto a perda quanto a recuperação do manto de gelo levaram cerca de 10 anos.

Esta descoberta só corrobora ainda mais com o monitoramento da Antártida realizado por satélites ao longo dos últimos 40 anos, os quais revelam uma perda crescente de gelo no interior do continente congelado. O estudo também apontou o mesmo padrão na elevação do mar em cada uma dessas fases, onde os oceanos são afetados ao longo de vários séculos ou até mesmo milênios. Os pesquisadores temem que o continente já esteja atravessando esse ponto sem volta.

Continua após a publicidade

Segundo Thomas, caso o sistema de gelo da Antártida leve apenas uma década para ruir, isto é muito assustador, “porque se a camada de gelo da Antártica se comportar no futuro como se comportou no passado, devemos estar experimentando a inclinação agora mesmo”, acrescentou a paleontologista. Outras evidências também apontam para este mesmo cenário, incluindo modelos climáticos que revelam a crescente perda do manto de gelo nos próximos anos.

A pesquisa foi publicada no periódico científico Nature Communications.

Fonte: ScienceAlert, Uni Bonn