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Cientistas resolvem mistério de "gelo perdido" nas águas dos oceanos

Por| 25 de Fevereiro de 2021 às 18h00

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NASA
NASA

Quando as temperaturas da Terra aumentam, grandes quantidades de gelo das águas presas em geleiras começam a derreter, e essa água percorre os oceanos, provocando o aumento do nível do mar. Então, quando as temperaturas globais ficam mais frias, o que costuma acontecer durante a era glacial, o nível do mar também começa a abaixar, uma vez que a água começa a ser congelada novamente, formando grandes mantos de gelo.

Esse processo, que parece simples, vem sendo estudado por cientistas que, há anos, acompanham esse ciclo, sugerindo que existe o que é chamada de "gelo perdido". De acordo com os pesquisadores, há um desequilíbrio misterioso entre o nível do mar muito baixo e o volume de gelo presente nas geleiras. 

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Contextualizando, durante o pico da última Era Glacial da Terra, que chegou ao fim há 20 mil anos, o nível do mar estava, aproximadamente,130 metros mais baixo que o nível atual, segundo informações coletadas com o estudo de sedimentos antigos de corais. Agora, modelos computacionais sugerem que o volume de gelo nas geleiras não é grande o suficiente para explicar um nível tão baixo do mar.

Conclusões erradas

A questão resultou em um estudo conduzido por Evan Gowan, geofísico do Instituto de Alfred Wegener, na Alemanha. Através de um novo padrão chamado PaleoMIST 1.0, os cientistas conseguiram moldar a evolução das camadas de gelo globais até um passado muito distante, antes mesmo do último período glacial, chegando a 80 mil anos atrás. O modelo sugeriu que a anomalia presente nesses dados não se trata de gelo perdido, mas sim de conclusões erradas sobre o quão baixo estaria o nível no mar naquele período.

De acordo com os dados obtidos pelo PaleoMIST 1.0, o nível do mar caiu em, no máximo, 116 metros abaixo da superfície, e não em 130 metros, com o volume de gelo chegando a cerca de 42,2 x 106 km³. A equipe de pesquisadores diz que a falha do argumento da falta de gelo pode ter se originado, primeiramente, da alta necessidade de depender de evidências de sedimentos de corais de diversas localizações no mundo, o que não garante respostas precisas. 

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Outro problema seria o uso de um método empregado há bastante tempo, que faz a medição da massa glacial e dos ciclos de proporção de isótopos de oxigênio, e que, aparentemente, traz dados que divergem da altura do nível do mar com as geleiras. "O modelo de isótopos vem sendo usado por anos para determinar o volume de gelo em geleiras de milhões de anos atrás", conta Paolo Stocchi, um geofísicos envolvidos no estudo. "Nosso trabalho levanta dúvidas sobre confiabilidade deste método", completa.

Ainda que o mistério tenha sido resolvido, os cientistas dizem que ainda há muito para investigar sobre a questão, com pesquisas futuras trazendo mais respostas sobre a evolução dos mantos de gelo de um passado distante até os dias de hoje.

 

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Fonte: Science Alert