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Ciclone bate recorde no Ártico e derrete quantidade absurda de gelo marinho

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Dezembro de 2022 às 17h53

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Imagem: Reprodução/Ed Blanchard-Wrigglesworth
Imagem: Reprodução/Ed Blanchard-Wrigglesworth

A passagem do maior ciclone já registrado no Ártico no início deste ano ainda está mostrando suas consequências. A tempestade que atingiu a região nos extremos ao norte do planeta surpreendeu especialistas pela quantidade de gelo marinho que foi perdido em decorrência do evento.

Diferentemente dos icebergs e das plataformas de gelo presentes nos polos, que são formados por água doce, o gelo marinho se origina da água salgada. No Ártico, esse gelo chega à sua quantidade máxima por volta do mês de março.

Neste ano, porém, seu acúmulo sofreu um grande impacto do ciclone que se desenvolveu na Groenlândia e migrou para o Mar de Barents, que banha o norte da Noruega e da Rússia.

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Ao longo de sua duração, ondas de até 8 metros de altura abalaram o gelo marinho em formação, resultando em uma perda de até 50 centímetros de espessura. Embora cientistas tenham acertado as previsões em relação à intensidade e trajetória da tempestade, a perda de gelo atingiu o dobro do esperado.

A maior perda de gelo marinho já registrada

“A perda de gelo em seis dias foi a maior que pudemos encontrar nos registros históricos desde 1979, e a área em que o gelo foi perdido é 30% maior do que a do recorde anterior,” declara Ed Blanchard-Wrigglesworth, cientista atmosférico que encabeçou os estudos do evento.

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A pergunta que não quer calar é: o que causou uma perda de gelo tão grande? A resposta não está clara para os pesquisadores. Entre as possibilidades, estão erros na estimativa inicial da espessura do gelo ou um impacto das ondas maior do que o esperado. Outra hipótese é que o derretimento aconteceu de baixo para cima, com o emergir de águas mais quentes do fundo do oceano causado pela agitação das grandes ondas.

A importância do gelo marinho

O gelo marinho ajuda na regulação da temperatura da Terra e de diversos parâmetros do oceano nas regiões polares, afetando diretamente a vida de toda a fauna e flora contida nele. Ele também serve de habitat para espécies animais, como focas e ursos polares. No Ártico, o gelo marinho é ainda uma extensão da terra para populações nativas do local, como os Yup'ik e Iñupiat, no Alasca.

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A espessura deste tipo de gelo é especialmente difícil de se estudar. A forma com que ela se relaciona com outras variáveis do oceano e da atmosfera ainda não é totalmente compreendida pelos cientistas. Imagens de satélites também podem enganar os especialistas e seus modelos: “piscinas” de gelo derretido sobre as plataformas têm o potencial de serem confundidas com o próprio oceano, atrapalhando as previsões.

Com as mudanças climáticas elevando a frequência de eventos extremos como esse, Ed Blanchard-Wrigglesworth se preocupa com o que pode acontecer nos próximos anos. “Temos que ter em mente que, no futuro, eventos extremos como esse podem causar gigantescas perdas de gelo marinho”, alertou o cientista.

Fonte: JGR Atmospheres, Via: Space.com