Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Ciclo de mudança orbital da Terra também afeta a evolução das espécies

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Dezembro de 2021 às 09h50

Link copiado!

goinyk/Envato
goinyk/Envato

A mudanças da órbita da Terra parecem ser responsável por impulsionar explosões de novas espécies que se alimentam de luz solar, como os plânctons, afetando diretamente o ciclo do carbono. Uma pesquisa liderada pelo Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em inglês) chegou a esta conclusão ao analisar 2,8 milhões de anos de evolução a partir microfósseis nos oceanos Índico e Pacífico.

A excentricidade orbital da Terra é um mudança que se repete a cada 405.000 anos, pela qual a órbita do planeta se torna 5% elíptica. Este ciclo afeta diretamente o clima terrestre, produzindo mudanças climáticas — mas como exatamente esta alteração impacta a vida, ainda não se sabe ao certo.

Continua após a publicidade

O estudo, liderado pelo paleoceanógrafo Luc Beaufortt, do CNRS, encontrou evidências que relacionam a mudança orbital da Terra com explosões evolutivas de novas espécies — pelo menos aquelas fotossintetizantes, ou seja, que se alimentam da luz do Sol.

O cocolitóforos, uma alga microscópica que produz placas de calcário ao redor de seu frágil corpo unicelular, ajudaram a equipe de cientistas a chegar a esta conclusão. Esta proteção, chamada cocólito, é o registro fóssil mais predominante — aparecendo pela primeira vez há 215 milhões de noas, no Triássico Superior.

Este organismo é tão abundante que ele contribui de maneira contundente com os ciclos de nutrientes do planeta. Então, se a excentricidade orbital contribuiu para sua explosão, certamente também impactou outros sistemas da Terra.

Continua após a publicidade

Analisando microfósseis

A equipe de cientistas mediu 9 milhões de cocólitos encontrados no fundo dos oceanos Índico e Pacífico a partir da microscopia automatizada, referentes a um período de 2,8 milhões de anos de evolução. As amostras permitiram obter uma resolução bem detalhada de 2.000 anos.

Estudos anteriores concluíram que diferentes espécies de cocolitóforos poderiam ser diferenciados a partir de seus tamanhos. Beaufortt e seus colegas estimaram as espécies a partir deste parâmetro e descobriram que o comprimento médio de um cocólito apresentava um ciclo regular parecido com a excentricidade orbital.

Continua após a publicidade

Conforme a órbita da Terra se tornava mais elíptica, as estações registradas na linha do equador se apresentavam mais acentuadas. Esta variação de condições estimulou a diversificação desses pequenos organismos, observada no tamanho das placas de calcário que protegem seus corpos — os cocólitos.

As evidências também apontaram que a fase evolutiva mais recente começou há 55.000 anos, quando um evento de radiação impulsionou o surgimento de novas espécies de algas. A partir da taxa de acúmulo de cocólitos, os pesquisadores também estimaram seu o potencial impacto no ciclo do carbono da Terra.

O estudo fornece um novo elemento para entender como a excentricidade orbital da Terra afeta a vida terrestre, além das mudanças climáticas produzidas por este ciclo. "Os cocolitóforos podem conduzir — ao invés de apenas responder — às mudanças no ciclo do carbono", acrescentaram os autores.

Continua após a publicidade

Fonte: Nature; Via ScienceAlert