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China inicia testes com reator nuclear que gera menos lixo radioativo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 23 de Setembro de 2021 às 18h50

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Reprodução/Sputnik News
Reprodução/Sputnik News

A China está prestes a inaugurar seu reator nuclear experimental alimentado por tório. A tecnologia, que circula sal fundido em vez de água, produz energia nuclear relativamente segura e barata, além de menos resíduos radioativos em comparação aos reatores tradicionais. Se tudo der certo, o país pretender ser o primeiro a comercializar esta tecnologia, que impulsionará as suas metas climáticas.

Conforme divulgado pelo governo local de Gansu, a construção do reator experimental de tório em Wuewi, nos subúrbios do Deserto de Gobu, foi finalizada no final de agosto e deve entrar em operação de teste ainda neste mês. Embora seja pouco radioativo, o tório pode ser encontrado na natureza ou como resíduo da indústria de mineração da própria China.

O engenheiro nuclear da Organização Australiana de Ciência e Tecnologia Nuclear, Lyndon Edwards, disse que o tório é muito mais rico que o urânio; então, daqui a 50 ou 100 anos, quando as reservas de urânio começarem a diminuir, o tório será a alternativa. "Mas esta tecnologia levará décadas, então precisamos começar agora", acrescentou Edwards.

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Segundo Ritsuo Yoshioka, ex-presidente do Fórum Internacional do Sal Fundido no Japão e que trabalhou em parceria com pesquisadores japoneses, a China lançou um programa de reator de sal fundido em 2011, investindo cerca de US$ 500 milhões. Por enquanto, o reator só tem capacidade de produzir 2 megawatts de energia, o suficiente para alimentar mil casas. Mas, se tudo der certo nestes primeiros testes, espera-se construir um reator de 373 megawatts até 2030.

Esta não é a primeira vez que um país testa o tório como combustível em outros tipos de reatores: Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido já passaram por isso — a Índia planeja fazer o mesmo em breve. O problema é o tório ser mais caro para refinar do que o urânio. Pesquisadores do Instituto de Física Aplicada de Xangai disseram que o reator chinês reproduz um pouco do projeto norte-americano Oak Ridge, mas avança em inovações de fabricação, materiais e instrumentação da última década.

O reator utilizará sais de flúor para produzir um líquido incolor e transparente quando aquecido a 450 °C. O sal fluoretado, então, funciona como um líquido refrigerador, extraindo o calor do núcleo do reator. Este tipo de reator é considerado um dos maios seguros, pois opera a pressões menores do que os reatores nucleares comuns, reduzindo as chances de explosões.

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Ainda levará alguns meses até que os novos reatores estejam totalmente operacionais, mas, até lá, eles funcionarão como um ensaio para o futuro. Os reatores de sal fundido são apenas uma das tecnologias nucleares nas quais a China tem investido. “No movimento em direção à neutralidade de carbono, a China pode eliminar progressivamente as caldeiras (usinas elétricas) e modernizá-las com reatores nucleares", ressaltou David Fishman, gerente de projetos da Lantau Group Energy Consulting, em Hong Kong.

Fonte: Sina Finance