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Cápsula radioativa com Césio-137 está perdida na Austrália

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Janeiro de 2023 às 17h55

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diegograndi/Envato
diegograndi/Envato

A pequena cápsula contendo o material Césio-137 que desapareceu na Austrália nas últimas semanas ainda não foi encontrada. O objeto havia sido coletado em uma mina em Newman, noroeste do país, no dia 10 de janeiro e foi perdido no trajeto até a cidade de Perth, capital do estado da Austrália Ocidental.

O acidente vem mobilizando um grande número de pessoal, incluindo a polícia estadual, o departamento de saúde da Austrália Ocidental e outras agências governamentais na busca pela cápsula. Com oito milímetros de altura e seis de diâmetro, o objeto cilíndrico é menor do que uma moeda e pode estar em qualquer lugar da rota de 1.400 quilômetros percorrida pelo caminhão que a transportava.

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Nesta terça-feira (31), agentes federais se juntaram à busca, que já vem acontecendo há uma semana, desde que a polícia do estado foi notificada no dia 25. As autoridades vêm repetidamente pedindo à população para que não se aproximem do material, já que o césio-137 é extremamente radioativo e pode causar danos severos à saúde.

A cápsula era de propriedade de uma das maiores mineradoras do mundo, a anglo-australiana Rio Tinto. A empresa contratou a SGS Australia para embalar o material, cujo transporte foi terceirizado para a empresa logística Centurion. Suspeita-se que as vibrações causadas pela estrada esburacada tenham soltado os parafusos da embalagem, permitindo que a cápsula caísse do caminhão.

O incidente do Césio-137 em Goiânia

A grande preocupação e a enorme mobilização australiana na sua busca pela cápsula é justificada pelos riscos que o Césio-137 apresenta. A substância é a mesma que protagonizou, em setembro de 1987, o desastre radioativo na cidade de Goiânia.

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O acidente foi causado por um aparelho de radioterapia abandonado que foi vendido a um ferro velho por conter chumbo, material de relativo valor financeiro. O dono do local encontrou fragmentos do elemento radioativo na forma de um brilhante pó azul, que distribuiu o material a outros depósitos, além de amigos e familiares.

Pessoas que tiveram contato com o material começaram, logo nos primeiros dias após o ocorrido, a apresentar sintomas como vômitos, diarreia e queimaduras na pele. O evento só foi reconhecido como acidente radioativo 16 dias após o contato, quando pessoas contaminadas levaram o material até a vigilância sanitária do estado goiano.

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Ao longo dos próximos dias, agências federais e estaduais atuaram na identificação de indivíduos expostos à radiação e na descontaminação dos principais focos na cidade. 249 pessoas mostraram contaminação significativa, sendo que 120 só a tinham nas roupas e calçados. Dos outros 129, quatro chegaram a falecer e 28 tiveram graves complicações relacionadas ao fato.

Fonte: ReutersGovernment of Western AustraliaSecretaria de Saúde de Goiás