Auroras de prótons ajudam a entender danos na camada de ozônio
Por Rodilei Morais | Editado por Patricia Gnipper | 13 de Outubro de 2022 às 15h44
Uma colaboração entre cientistas japoneses, americanos e canadenses revelou um novo fator de impacto à camada de ozônio através do estudo de um tipo particular de aurora. As auroras isoladas de prótons aparecem mais distantes dos polos do que as auroras convencionais — e seu estudo indicou danos maiores que os previstos.
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Menos conhecidas que as auroras boreal e austral, as auroras de prótons se formam mais distantes que estas dos polos do planeta. Esse fenômeno acontece por conta das partículas eletricamente carregadas que atingem a Terra em conjunto com a radiação solar. Íons e elétrons podem ser lançados na atmosfera terrestre ao entrarem no campo magnético do planeta e, ao final desse processo, reagir com compostos atmosféricos.
O problema é que o resultado destas interações são óxidos de nitrogênio e hidrogênio que reagem com o ozônio da atmosfera. De acordo com os cientistas, de 10 a 60% do ozônio diretamente abaixo das auroras isoladas de prótons é perdido em 90 minutos depois de seu início.
O estudo contou com uma combinação de dados de satélites, informações coletadas pela Estação Espacial Internacional e também observações de ondas eletromagnéticas coletadas no solo. Pela primeira vez, foi detectada a formação de um buraco de ozônio na atmosfera média (entre 10 e 80 quilômetros de altitude, aproximadamente). Com 400 quilômetros de largura, ele foi associado às auroras de prótons.
Publicado na revista Nature, o estudo conclui que o efeito destas partículas carregadas não pode ser ignorado nas previsões de mudanças na atmosfera terrestre.
Fonte: Nature Via: Nagoya University