Anvisa: 25% dos alimentos vegetais têm agrotóxicos acima do limite
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Nesta quarta-feira (6), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou os resultados de sua análise sobre a presença de agrotóxicos em alimentos de origem vegetal vendidos no país. Considerando as amostras de 2022, o estudo revela que 25% destes produtos têm resíduos de agrotóxicos acima do permitido ou sem autorização.
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Como parte do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), foram analisadas em laboratório 1,7 mil amostras de alimentos coletados em supermercados de todo o Brasil. Isso inclui legumes, hortaliças, frutas, café em pó, aveia e itens importados (como peras), por exemplo.
Para a Anvisa, a identificação de um quarto dos alimentos fora dos padrões em relação ao uso de agrotóxicos demanda mais ações de controle. “A inconformidade é um sinal de erros no processo produtivo e na adoção de boas práticas agrícolas”, afirma a agência, em nota. Potencialmente, isso causa riscos à saúde humana.
Alimentos são seguros?
No relatório do ano passado, a Anvisa aponta que 41,1% dos alimentos de origem vegetal não tinham resíduos de agrotóxicos. Além disso, outros 33,9% continham defensivos agrícolas dentro do limite permitido.
Por outro lado, 25% dos itens analisados não se enquadravam nos critérios de segurança analisados. Mais grave, três amostras (0,17%) apresentavam risco agudo à saúde do consumidor. Em outras palavras, podiam fazer mal se consumidos em grandes quantidades, em um intervalo curto de tempo. Em relação ao risco crônico — associado com danos duradouros —, nenhum dos produtos foi identificado.
No entendimento dos especialistas, “os alimentos de origem vegetal consumidos [pelos brasileiros] são seguros quanto aos potenciais riscos de intoxicação aguda e crônica”. Isso porque “as situações de risco agudo encontradas foram pontuais e de origem conhecida”, conforme relatam.
Queda no risco
É importante destacar que os resultados do ano passado melhoraram um pouco em relação aos achados de 2018 e 2019 — a pesquisa foi interrompida em 2020 e 2021 por causa da pandemia da covid-19.
Naquela época, foram analisados 3,2 mil alimentos. Nesse recorte, 33,2% não tinham resíduos, 41,2% tinham resíduos dentro do que é permitido e 25,6% tinham inconformidades. Foram 18 amostras classificadas como um risco agudo ao consumidor.
Controle dos agrotóxicos
Para explicar a melhora, a Anvisa destaca as ações de controle no uso de agrotóxicos. “Um dos principais motivos dessa evolução foi a proibição do uso de carbofurano no processo de reavaliação e a exclusão do uso de carbossulfano na cultura de citros [plantas cítricas]”, destaca a agência. A metidationa e o formetanato também tiveram o uso restringido.
Fonte: Anvisa