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Anomalia Magnética que atinge o Brasil está no planeta há milhões de anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Janeiro de 2024 às 13h02

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NASA/Domínio Público
NASA/Domínio Público

Geólogos da Universidade de Liverpool descobriram mais alguns segredos da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), área onde o campo magnético da Terra se comporta de maneira estranha. Essa anomalia deixa, por exemplo, a região mais exposta aos ventos solares e à radiação cósmica, algo que se estende por grandes porções da América do Sul, incluindo o sul do Brasil. Os achados foram publicados no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

A equipe estudou rochas vulcânicas ou ígneas da ilha de Santa Helena, localizada na região afetada, para avaliar as marcas deixadas pela AMAS na história geológica da Terra. Assim, foi possível descobrir que o campo magnético apresenta um comportamento diferenciado no Atlântico Sul desde pelo menos 11 milhões de anos atrás. Mesmo com suas estranhezas, a Anomalia Magnética não deve impactar o bastante para causar reversões no campo magnético do planeta.

Rochas de Santa Helena e a AMAS

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As rochas avaliadas vieram de 34 erupções vulcânicas diferentes, ocorrendo na ilha entre 8 milhões e 11 milhões de anos atrás. Quando ficam incandescentes e arrefecem em seguida, as rochas magnetizam partículas de óxido de ferro em seu interior, marcando a direção e força do campo magnético da Terra no momento em que a magnetização ocorreu.

As linhas desse campo magnético vão de Sul a Norte, mas as rochas primitivas das erupções de Santa Helena apontam para diversas direções diferentes, sugerindo instabilidades de milhões de anos no planeta. A direção e a força do campo magnético da Terra mudam ao longo da história, e cientistas acreditam que essas oscilações irão, um dia, desencadear a inversão do campo.

Na AMAS, no entanto, a instabilidade já ocorre há milhões de anos, então não pode ser associada a reversões futuras, de acordo com os autores do estudo. Os achados também concordam com estudos anteriores que apontam uma ligação entre anomalias sísmicas no manto inferior e núcleo externo do planeta e a estranheza do campo magnético na região. O comportamento do campo geomagnético, então, estaria ligado diretamente às características do centro da Terra.

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Apesar de a AMAS aumentar os níveis de radiação ionizante e vento solar, estudos de agências espaciais, como a europeia ESA e a americana NASA, mostram que seu impacto não é significativo em voos comerciais e saúde. O Brasil, recentemente, lançou o nanossatélite NanosatC-BR2 para monitorar a anomalia.

Quando satélites passam pela região, muitas vezes é necessário ficar em stand by, desligando certos sistemas para evitar queimas pela radiação e exposição a elétrons. Isso pode afetar sistemas de GPS e comunicação, mas o impacto se limita às tecnologias que dependem disso.

Fonte: PNAS com informações de MetSul Meteorologia