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Ancestral comum de todos os seres vivos é reconstruído em estudo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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dabarti/Envato Elements
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O último ancestral comum universal — LUCA, da sigla em inglês — pode ter evoluído muito antes do que os cientistas pensavam, deixando seus descendentes na Terra apenas algumas centenas de milhões de anos depois da formação do nosso planeta. E mais: o organismo pode ter sido mais complexo do que imaginávamos.

Todos os seres vivos modernos possuem algum DNA em comum, desde as bactérias até as cachalotes, sugerindo a existência de um ancestral comum. Agora, uma pesquisa da Universidade de Bristol estudou os genes trazidos da antiguidade para tentar modelar os que estavam no DNA do LUCA — e trouxe resultados bem interessantes. 

Genes do último ancestral comum

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Segundo estimativas, é possível traçar 2.600 proteínas comuns ao LUCA, muito mais do que cálculos anteriores, que ficavam em apenas 80. Também chegou-se à conclusão de que o ancestral comum teria vivido há 4,2 bilhões de anos, época muito próxima dos 4,5 bi, quando a Terra se formou. Isso quer dizer que a evolução da vida teria sido mais fácil do que o estimado, já que aconteceu cedo na história do planeta.

Os cálculos, que derivam de métodos mais modernos de modelagem, discordam da teoria de muitos cientistas de que LUCA só teria surgido após o chamado “intenso bombardeio tardio”, evento hipotético onde o planeta teria sido atingido por fragmentos espaciais que extinguiram qualquer vida primitiva que estivesse surgindo à época, há 3,8 bilhões de anos.

A reconstrução dos cientistas indica que o ancestral tinha genes que os protegia dos raios UV, sugerindo uma vida na superfície do oceano. Outra parte de seu DNA indica uma alimentação com hidrogênio, o que concorda com estudos anteriores.

O mais curioso é que LUCA parece ter tido uma versão primitiva do CRISPR, sistema de defesa contra vírus que usamos, atualmente, para editar genes, já que é capaz de “cortar” seções de DNA. Os cientistas admitem, no entanto, que é difícil ter certeza quando se trata de estudar um passado tão distante — tais aproximações, porém, são o melhor que temos até o momento.

Fonte: Nature Ecology & Evolution