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Água mais antiga do mundo é encontrada nas profundezas de mina no Canadá

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Junho de 2021 às 12h00

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Pixabay
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Em 2013, um grupo de pesquisadores descobriu uma antiga fonte subterrânea de água em uma mina em Ontário, Canadá. Ao analisar amostras dessa água, eles estimaram sua idade em 1,5 bilhão de anos. No entanto, uma investigação mais profunda acusou que a fonte, localizada a 3 km de profundidade, é ainda mais antiga, com idade calculada em pelo menos 2 bilhões de anos, tornando-se a água mais antiga do mundo já descoberta.

Entender qual é a idade da água aqui na Terra é fundamental por diversas razões, principalmente quando se trata de juntar as peças desse quebra-cabeças que narra a história desse elemento tão essencial à vida em nosso planeta. Inclusive, sobre a sua distribuição em camadas mais profundas do solo. Em 2013, o antigo líquido foi descoberto a 2,4 km de profundidade na Mina Kidd, localizada no Canadá, mas a mina chega até 3,1 km abaixo da superfície terrestre.

Então o grupo de pesquisadores decidiu continuar cavando a mina. A geoquímica Barbara Sherwood, da Universidade de Toronto, explica que a descoberta inicial, de 2013, atrasou um pouco a compreensão da pesquisa quanto a idade da água, mas por conta da mina ser ainda mais profunda, eles continuaram. "E aproveitamos o fato de que a mina continua a explorar cada vez mais profundamente na terra", disse Sherwood.

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A geoquímica também aponta que, ao contrário do que muita gente espera encontrar em uma fonte de água tão abaixo da superfície, a fonte descoberta não para de jorrar água. “Essas coisas estão fluindo a taxas de litros por minuto — o volume da água é muito maior do que qualquer um previu". Claro que a água subterrânea flui de maneira bem mais lenta se comparada com o fluxo na superfície — tão lenta quanto 1 metro a cada ano, mas, quando perfurados, pode fluir a cerca de 2 litros por minuto.

Para calcular a idade água, Sherwood e sua equipe analisaram gases antigos dissolvidos nela, como hélio, neônio, argônio e xenônio. Com isso, os pesquisadores foram capazes de datar a água em, pelo menos, 2 bilhões de anos, e os resultados foram apresentados em dezembro de 2016 no American Geophysical Union Fall Meeting, em São Francisco. Em pesquisas anteriores, amostras de sulfato na água encontradas a 2,4 km de profundidade mostraram que o sulfato foi produzido “in situ”, ou seja, através da reação química entre água e rocha presentes no local.

Com isso, os cientistas acreditam que essas condições poderiam favorecer a formação de vidas microbianas, em uma espécie de ecossistema subterrâneo que poderia durar bilhões de anos. Para o pesquisador envolvido no estudo Long Li, da Universidade de Alberta: “se os processos geológicos podem fornecer naturalmente uma fonte de energia estável nessas rochas, a biosfera subterrânea terrestre moderna pode se expandir significativamente em largura e profundidade".

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Isso significa que, além de as áreas habitáveis da Terra serem muito maiores do pensamos, pode haver habitabilidade no subterrâneo de outros mundos. “Se isso pode funcionar em rochas antigas na Terra, então processos semelhantes poderiam tornar a subsuperfície marciana habitável". Estudos recentes levantaram a possibilidade de Marte ser habitável em seu subsolo.

Apesar disso, nenhum micróbio foi encontrado nessas águas antigas da Terra ou em outro lugar — pelo menos até agora, o que leva o grupo de cientistas a continuarem nessa busca. "Ainda precisamos determinar qual é a distribuição das águas antigas na Terra, quais são as idades dessa hidrogeosfera profunda, quantas são habitadas".

Fonte: ScienceAlert