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A maior erupção vulcânica subaquática do século 20 quase passou despercebida

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Novembro de 2021 às 10h46

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Rebecca Carey/Adam Soule/WHOI
Rebecca Carey/Adam Soule/WHOI

A maior erupção vulcânica subaquática de silício ocorrida no século 20 por pouco ficou de fora das páginas da história. Em 2015, enquanto pesquisadores da Universidade da Tasmânia atravessavam o Pacífico, a alguns quilômetros de distância da costa norte da Nova Zelândia, eles se depararam com uma grande massa flutuando no oceano. O material era um extenso conjunto de pedra-pomes produzidas pela erupção do vulcão subaquático Havre Seamount.

A vulcanologista Rebecca Carey, da Universidade da Tasmânia e coautora da primeira investigação realizada em 2012, disse que “sabíamos que era uma erupção em grande escala, aproximadamente equivalente à maior erupção que vimos em terra no século 20".

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No fundo do oceano, a erupção do Havre Seamount não foi percebida em seu início, mas logo as rochas flutuantes produzidas pela lava denunciaram a atividade. O primeiro registro foi em 2012, quando uma área de 400 km quadrados de pedra-pomes flutuava a sudoeste do Pacífico. Meses depois, o material foi completamente disperso.

A pedra-pomes é um tipo de rocha vulcânica muito leve e cheia de ar, formada pela solidificação de uma lava viscosa e cheia de bolhas. A mais de 1.220 metros abaixo da superfície, Carey e sua equipe observaram a dimensão da erupção. “Vimos todas essas saliências no fundo do mar e pensei que o sonar do veículo estava com defeito", acrescentou a vulcanologista.

Segundo Carey, cada saliência detectada pelo veículo autônomo subaquático (AUV, na sigla em inglês) era um bloco gigante de pedra-pomes — alguns do tamanho de uma van. Além do AUV, eles utilizaram o veículo operado remotamente (ROV, na sigla em inglês) e concluíram que a erupção de Havre Seamount foi a mais complexa já conhecida.

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O vulcão subaquático que entrou em erupção

Os pesquisadores descobriram que, através de 14 aberturas no fundo do mar, o vulcão descarregou toda sua lava. Sua caldeira se estende por quase 4,5 km no fundo do mar. A atividade vulcânica não produziu pedra-pomes, mas cinzas, domos de lavas e fluxos pelo fundo do mar local.

Para efeitos de comparação, os cientistas disseram que a erupção do Havre Seamount foi 10 vezes maior do que a do vulcão Eyjafjallajökull, que chocou a Islândia em 2010. De todo o material produzido por Havre, os pesquisadores estimaram que um quarto dele foi espalhado — toneladas alcançaram a costa a quilômetros de distância.

Carey apontou que o registro desta erupção é altamente infiel, uma vez que a atividade não foi observada em tempo real e a maior parte de seu material foi espalhado pelo oceano em seguida. Ainda assim, as pedras-pomes coletada podem fornecer peças para uma compreensão sobre antigas erupções vulcânicas, as quais representam 70% das erupções no mundo, mas poucas são conhecidas.

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Fonte: Science Advances; Via ScienceAlert