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USP será a primeira universidade pública do Brasil a atuar no metaverso

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 10 de Junho de 2022 às 07h00

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WildMediaSK/Envato
WildMediaSK/Envato

A Universidade de São Paulo (USP) será a primeira instituição de ensino público brasileira a entrar no metaverso. Após firmar uma parceria com a United States of Mars (USM), alocado dentro da plataforma Radio Caca, a USP deverá conduzir pesquisas sobre aplicações práticas e aspectos técnicos, econômicos e legais do mundo digital.

Para começar os trabalhos, a instituição brasileira ganhou um token não fungível (NFT), representado por um terreno no metaverso, onde as pesquisas serão realizadas. Na prática, esse pedaço de terra deve abrigar o centro de pesquisa construído pela USM em parceria com outras universidades do mundo.

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O USM Metaverse, como é chamado, oferecerá espaços virtuais para as universidades desenvolverem locais de interação entre alunos, professores, pesquisadores e visitantes. Tudo deve ser construído para um ambiente de realidade virtual e aumentada, embora ainda não esteja claro se haverá outras formas de acesso.

“A USP quer entender como o metaverso pode ou não contribuir para o ensino modo geral. Vamos fazer experimentos para saber se isso pode ser relevante para pesquisas, principalmente aquelas nas quais se lidam com questões que não são muito fáceis de visualizar de modo abstrato, como física quântica ou estudos moleculares”, explicou o professor Marcos Simplício, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli-USP e responsável pelo projeto.

Convênio para testes no metaverso

A parceria ocorrerá inicialmente a partir do convênio firmado entre a University Blockchain Research Initiative, patrocinada pela empresa Ripple e sediada na Escola Politécnica da USP, e a Radio Caca. Embora seja voltado para engenharia, o projeto planeja ir muito além para englobar outros segmentos e pesquisadores da universidade.

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A ideia seria explorar várias nuances da plataforma em diversas áreas do conhecimento, além da tecnologia da informação e da modelagem em 3D. A USP acredita que poderiam ser conduzidas pesquisas nas áreas de economia, direito, comunicação social e de humanas, como psicologia comportamental e sociologia.

Para esta iniciativa, estão sendo costuradas colaborações que com envolvimento da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Instituto de Estudos Avançados (IEA), Instituto de Psicologia (IP), Cidade do Conhecimento, Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo (NUTAU), Museu da Pessoa, e a Games for Change América Latina.

“É uma oportunidade bastante interessante para qualquer pesquisador da USP interessado no tema “Metaverso” realizar suas pesquisas usando tal plataforma. Já houve o interesse de vários professores no segmento, mas ainda precisamos montar um Comitê Gestor para definir algumas regras de utilização”, conclui Simplício.

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“É uma grande honra para nós da RACA ter a USP, a maior universidade pública da América Latina, dentro do USM Metaverso. Juntos vamos construir novas experiências que podem liberar todo o potencial da Web3 para as pessoas. Esse é o nosso objetivo, construir um metaverso aberto focado na liberdade do usuário”, destaco o responsável pela USM na Radio Caca, Jeff Watney.

Aplicabilidades do metaverso da USP

O professor Marcos Simplício explica o projeto está em fase inicial, portanto eles ainda precisam lidar com a parte burocrática de coisa — desde as implicações jurídicas de receber a doação de ativo digital até a criação de carteiras virtuais para receberem o NFT. "Tudo isso ainda é muito novo para a Instituição, por isso precisamos superar esses entraves para partimos à parte prática", enfatiza.

Entre os planos, está a construção de um prédio que simule o campus da Universidade de São Paulo com salas e espaços para realização de experimentos. A construção disso tudo deve ser colaborativa, conduzida pelos próprios profissionais da USP e com participação de todos os interessados. O foco não é levar aulas feitas por videochamadas para o metaverso, mas, sim, desenvolver espaços de pesquisas multidisciplinares.

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Uma das ideias mais avançadas é o projeto “Transcender”, cujo objetivo é oferecer metodologias alternativas para trabalhar o luto e a despedida, principalmente no atual momento de pandemia. "Pensamos em criar uma espécie de memorial, onde alunos e parentes poderiam levar flores para seus entes queridos em um ambiente digital", explica.

Esse seria um estudo que envolveria pesquisadores da área de psicologia, comunicação, especialistas em rituais e estudiosos de religiões. "Seria uma forma de levar conforto emocional a quem perdeu alguém, seja devido à covid-19 ou a outros fatores", conclui o professor.

O que é o USM?

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Como o nome sugere, os "Estados Unidos de Marte" simulam uma espécie de civilização digital construída no planeta vermelho. A plataforma está em versão alfa, mas já conta com mais de 100 mil usuários e pode ser acessada gratuitamente.

Haverá uma moeda digital chamada u-RACA que será utilizada para compra dos terrenos e demais elementos da plataforma, como prédios, veículos e ingressos para shows. Além desse viés comercial, os criadores pretendem deixar alguns espaços reservados para pesquisa e o desenvolvimento, como em casos similares a este da USP.

Fundada em maio de 2021, a Radio Caca é um ecossistema com diferentes plataformas, como o United States of Mars (USM) e o game play-to-earn Metamon. Por meio de um contrato de terceiros, a RACA também é a gerente exclusiva dos NFTs de Maye Musk, a mãe de Elon Musk. A plataforma de uma comunidade com mais de 627 mil seguidores no Twitter, 300 mil membros no Telegram e 66 mil membros no Discord.

O podcast do Canaltech desta sexta-feira (10) trata o assunto com ainda mais profundidade. Acesse para conhecer essa iniciativa inovadora de uma importante instituição acadêmica no metaverso.