PornHub cria museu virtual com "nudes clássicos" e é processado pelo Louvre
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 23 de Julho de 2021 às 14h49
Na semana passada, o Pornhub anunciou uma espécie de museu online só com obras de arte com nudez. A iniciativa “Classic Nudes” tinha como objetivo reunir quadros e esculturas eróticas de todo o mundo em uma seção exclusiva do site. O problema é que os museus de verdade não gostaram nada da ideia e processaram a empresa para evitar a divulgação.
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Com as restrições em razão da pandemia, os museus precisaram ficar boa parte do ano fechados, sem visitantes. O PornHub queria valer-se disso para levar as pessoas a um “tour erótico” virtual por museus de diversas partes do planeta, como The Metropolitan Museum of Art (MET), Museo Nacional del Prado, Louvre e a galeria Uffizi — e esses dois últimos foram os autores do processo.
O embaixador do Pornhub, Asa Akira, disse em um comunicado à imprensa que há um “tesouro de arte erótica” escondido, o que envolveria nus, orgias e outras temáticas ligadas ao sexo. A ideia era levar esse "pornô intelectual" para o site, um dos maiores do mundo no segmento de vídeos pornográficos.
Além da rejeição por parte dos museus, os artistas ainda vivos cujas obras foram rotuladas como eróticas também não curtiram nada a investida do PornHub. “Ninguém concedeu autorização para a operação ou uso da arte”, disse um porta-voz da Uffizi Gallery, em Florença.
Segundo o representante, em entrevista concedida ao site Inside Hook, a legislação italiana sobre o patrimônio cultural exige a autorização prévia para uso ou reprodução de obras com finalidade comercial. Há taxas a serem pagas e certidões necessárias antes de sair por aí expondo o nu alheio, além da autorização formal da galeria, o que dificilmente ocorreria se um pedido oficial fosse submetido.
O Louvre também não quis entrar na brincadeira e partiu para a ameaça direta: “O Pornhub ouviu nossos advogados. Esperamos que as obras sejam removidas imediatamente”, teria dito o porta-voz da instituição ao site.
Fonte: Inside Hook