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Pai do jornalismo de tecnologia no Brasil, Ethevaldo Siqueira morre aos 90 anos

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 17 de Outubro de 2022 às 14h54

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Reprodução/Facebook
Reprodução/Facebook

O jornalista Ethevaldo Siqueira morreu no domingo (16), no hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo. Conhecido como o "pai do jornalismo de tecnologia" no Brasil, ele tinha 90 anos e estava internado para lutar contra a leucemia.

Ethevaldo era paulista, nascido na cidade de Monte Alto (SP), e escreveu no jornal e no site de O Estado de S.Paulo de 1967 a 2012. Foi repórter, editor, repórter especial, colunista e blogueiro do Estadão, onde acabou retornando em 2018. Ele também tinha uma coluna chamada Mundo Digital na Rádio Eldorado FM, mas teve passagem como comentarista na CBN e participação em outros programas, sempre como especialista.

Ficou conhecido ao trabalhar com assuntos ligados ao mundo da tecnologia, sempre trazendo soluções futurísticas para seus textos. Em 15 de fevereiro de 1993, cerca de dois anos antes de a internet comercial chegar ao Brasil, ele previu a revolução que o serviço traria para o mundo da informática e das telecomunicações.

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Aliás, foi essa visão além do tempo, associada à tradução dos termos técnicos para o público leigo, que ajudou a pavimentar seu caminho no mundo do jornalismo tecnológico. Isso foi feito em uma época na qual os jornais tratavam tão somente sobre cotidiano, política e esportes.

Ele chegou a ganhar dois "Prêmio Esso" por assuntos do campo científico/tecnológico. O primeiro em 1969, com a reportagem "Eis a São Paulo: Ano 2000", que mostrava como a capital paulista se preparava para a virada do milênio. O segundo foi por pela reportagem "O mundo eletrônico dos anos 80", que tratava sobre a revolução causada por computadores, videogames e outras invenções da época.

Ganhou também vários outros prêmios profissionais, como o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, do CNPq (1985), Prêmio Telesp de Telecomunicações (1979), Prêmio Ministério das Comunicações de Telecomunicações (1974), Prêmio Comunique-se de 2007 (Jornalista de Tecnologia).

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Editorias de tecnologia surgiram graças à Ethevaldo

A editoria Link, do Estadão, foi criada por Ethevaldo, mas tantas outras surgiram inspiradas no jornalista. O próprio Canaltech só existe hoje graças ao crescente interesse no assunto, despertado nas pessoas por profissionais como Siqueira lá no passado.

Ao longo da exitosa carreira, dedicou-se a falar sobre o avanço das telecomunicações, trazendo aspectos políticos e potenciais desdobramentos para a população. Não era raro que suas matérias tratassem sobre políticas de inclusão, regulação do setor, disputas comerciais, monopólio das gigantes e privatização de serviços.

Virou uma das principais autoridades sobre tecnologia no Brasil, tanto que chegou a fundar e dirigir duas revistas do setor: RNT (Revista Nacional de Telecomunicações, de 1979 a 2001, e TelePress Latinoamérica, de 1991 a 2001.

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Siqueira deixa esposa, dois filhos, cinco netos e uma bisneta. O velório será nesta segunda, 17, às 14h no Velório Samaritano (Rua Flávio Uchôa 998, Campos Elísio) e o enterro será no Cemitério da Bom Pastor às 16h (Avenida das Lágrimas, SN), ambos em Ribeirão Preto (SP).

O Canaltech lamenta a morte deste exemplo de profissional, que usou das ferramentas jornalísticas para ajudar a criar um mundo mais tecnológico para os brasileiros. Ethevaldo Siqueira ficou offline, mas seu legado permanecerá online para sempre.