Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

CPI das Fake News quer investigar suposta "milícia digital" do governo Bolsonaro

Por| 05 de Fevereiro de 2020 às 10h42

Link copiado!

Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

A CPI das Fake News segue a apuração do uso de mentiras na internet com caráter político, além de buscar meios de tornar a rede mais segura, especialmente para crianças. Seguindo as denúncias feitas pela deputada Joice Hasselmann à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito em 4 de dezembro último, deputados buscam maiores esclarecimentos sobre a intenção de se criar uma espécie de estrutura paralela de inteligência dentro do governo, além do "gabinete do ódio". Ao mesmo tempo, a deputada governista Caroline de Toni (PSL-SC) tenta pautar a CPI a respeito do chamado "Mensalinho do Twitter".

Há duas propostas de convocações com base em denúncias feitas pela deputada paulista. Uma delas é de autoria do deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que quer o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno Ribeiro, compareça à comissão para explicar o suposto envolvimento da pasta em um projeto do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) em criar uma estrutura paralela de inteligência dentro do governo, usando grampos telefônicos e dossiês contra aliados e opositores. O general Heleno teria, no mínimo, conhecimento da iniciativa, de acordo com a deputada Hasselmann.

Outro requerimento é do também deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE), que busca autorização junto ao Poder Judiciário para acessar mensagens do grupo intitulado “gabinete do ódio”. De acordo com a deputada paulista, essa suposta “milícia digital”, formada por militantes favoráveis ao governo, usaria o Instagram para espalhar ameaças e ataques a críticos do governo federal e seus aliados. O deputado Rui Falcão também quer os endereços IP dos computadores relacionados ao grupo.

Continua após a publicidade

Essa milícia digital seria formada também por assessores de parlamentares ligados ao governo. Joice Hasselmann citou os nomes do deputado federal Eduardo Bolsonaro, Douglas Garcia e Gil Diniz, todos de São Paulo, além de Alana Passos, do Rio de Janeiro. Ela também falou em três servidores comissionados do Palácio do Planalto. Segundo a deputada, todos esses assessores são empregados com a função de organizar redes de ataques, o que pode configurar improbidade administrativa.

Governistas também vão à carga

Mas não é apenas o governo que está na mira da CPI das Fake News. Há três requerimentos da deputada Caroline de Toni, que tem como alvo o chamado “Mensalinho do Twitter”. Trata-se de um suposto esquema em que o PT teria pago influenciadores digitais para propagarem postagens positivas a candidatos do Partido dos Trabalhadores na época das eleições de 2018.

Continua após a publicidade

A deputada tenta convocar a Polícia Legislativa, o Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Facebook e o Twitter a prestarem informações sobre o caso. Além disso, a catarinense também pede esclarecimentos do MPF sobre delações feitas a investigadores da Operação Lava Jato em que dinheiro desviado teria sido utilizado para ações junto a influenciadores digitais.

A CPI das Fake News é presidida pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA), e investiga a propagação de notícias falsas na rede, principalmente.

Fonte: Agência Senado