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Busca do Google: entenda como funciona a escolha dos resultados exibidos

Por| 28 de Agosto de 2018 às 22h54

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Busca do Google: entenda como funciona a escolha dos resultados exibidos
Busca do Google: entenda como funciona a escolha dos resultados exibidos
Tudo sobre Google

Um tuíte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criou uma nova polêmica na internet: será que os resultados de pesquisa do Google possuem mesmo um viés político?

A polêmica foi criada na manhã desta terça (28), quando Trump utilizou o Twitter para “alertar” os seguidores que, ao procurar “notícias sobre Trump”, o Google só mostrava resultados de veículos pertencentes à, segundo o presidente, uma “rede de fake news esquerdista” criada com o intuito de “calar as vozes conservadoras e esconder notícias positivas” sobre seu mandato.

Em nota oficial, a Google se defendeu dizendo que o mecanismo de busca da empresa não possui nenhum viés político partidário, e que o algoritmo de busca usado por eles sempre recebe melhorias para que possa fornecer os resultados mais relevantes para os termos buscados pelos usuários. Mas como exatamente esse algoritmo define o que é ou não relevante?

O papel dos bots

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Em sua essência, o Google funciona como uma imensa biblioteca, responsável por indexar todas as páginas de qualquer site existente na internet. São, literalmente, centenas de bilhões de páginas visitadas todos os dias por programas chamados de web crawlers (rastreadores da rede, em português). Esses programas — ou bots — coletam as descrições das páginas junto dos links que levam a elas, e salvam essas informações no banco de dados da empresa.

Assim, quando você faz uma busca pelo Google, o que o algoritmo deles faz é procurar por todo essa biblioteca e lhe fornecer os resultados que considera mais relevantes para os termos pesquisados.

O papel humano

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Esse algoritmo de buscas, que é talvez a peça mais importante de toda a operação do Google, sofre constante atualização para que possa incorporar as anotações dos mais de 10 mil funcionários que a empresa chama de “inspetores de qualidade”.

Esses funcionários são responsáveis por seguir uma série de regras criadas para se julgar a qualidade de um conteúdo. Somente no ano passado, os engenheiros da empresa modificaram o algoritmo de buscas 2.400 vezes com base nos mais de 270 mil experimentos efetuados por esses inspetores junto a usuários comuns.

Quanto à relevância do conteúdo, três fatores são levados em conta pelo Google: novidade, relevância e autoridade. Quanto mais um site é atualizado, mais vezes por dia os bots da Google irão rastrear esse site por novidades. No caso de sites de notícias, as matérias publicadas costumam ser indexadas ao banco do Google segundos depois da publicação. Isso é ótimo para as publicações, já que o critério de novidade faz com que o algoritmo de busca dê preferência às publicações mais recentes sobre os termos pesquisados.

Explicando "autoridade"

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Dois dos critérios usados pelo Google são bem fáceis de compreender: o “novidade” define que notícias mais recentes serão mostradas nos resultados da busca antes das mais antigas, e “relevância” indica que a busca mostrará entre os primeiros resultados aqueles que possuem maior afinidade com os termos pesquisados. Mas o que é exatamente o critério de “autoridade”?

Para definir esse critério, os inspetores da Google levam em conta a credibilidade e qualidade de informações presentes em um site. Além disso, existem critérios específicos para definir a autoridade de um determinado site, não sendo uma definição imposta somente pelas impressões dos inspetores da empresa.

Além das impressões dos funcionários, o critério de autoridade leva também em conta recomendações de sociedades de profissionais e de experts no tema proposto. Por exemplo, ao considerarmos um site de notícias, leva-se em conta se o site foi vencedor de algum tipo de prêmio jornalístico (como, por exemplo, o Pullitzer), se as publicidades estão devidamente definidas (não tentando enganar o usuário a clicar num link sem saber que é uma publicidade) e o quão positivas são as opiniões dos usuários em geral sobre o site.

Assim, de acordo com esse métodos, páginas que disseminam discurso de ódio, incentiva o uso de violência ou tenta enganar os usuários com informações falsas e links maliciosos acabam recebendo notas baixas, o que as deixa mal ranqueadas nos resultados de pesquisa.

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As próprias regras do Google incentivam os usuários a dar notas baixas para páginas que tentam enganar o usuário, como aquelas que, num primeiro momento, se parecem com sites jornalísticos sérios, mas que, na verdade, só possuem artigos que tentam manipular a opinião pública para beneficiar uma pessoa, empresa, governo, partido político ou qualquer outra coisa do tipo.

Mesma busca, diferentes resultados

Além disso, vale ressaltar que todas as buscas do Google são personalizadas, criando uma página de resultados diferente para cada usuário. Isso ocorre porque, além dos critérios já citados acima, o Google leva muito em conta também a localização e o histórico de navegação de cada usuário, o que resulta em destaque maior para os resultados que estão próximos do usuário (no caso de busca por lojas e serviços) ou, no caso de notícias e artigos, visando dar mais destaque para os sites que a pessoa costuma acessar constantemente.

Por isso, falar que a Google tenta “calar as vozes conservadoras” pode ser encarado como apenas um esbravejamento do presidente Trump, pois é algo que não possui fundamento na realidade. Afinal, a Google possui uma ampla parceria com veículos de mídia de todos os espectros políticos, tanto os liberais como os conservadores, com esses veículos sendo bem ranqueados nas buscas, ainda que tenham agendas políticas bem distintas.

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Fake news existem, são um problema sério e precisamos ficar atentos quanto a isso. Mas, ao mesmo tempo, é preciso usar o discernimento para entender quando uma notícia é realmente inventada ou deturpada para manipular informações, e quando a notícia somente não é de nosso agrado, por mais real e apurada que tenha sido.

Fonte: CNBC