Trocar trabalho humano por IA não traz benefício econômico, diz estudo
Por Felipe Demartini • Editado por Douglas Ciriaco | •
Enquanto parte dos estudos aponta para os riscos de substituição dos seres humanos pela IA em alguns postos de trabalho, uma pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos EUA, diz o contrário. Na análise feita pela instituição, a ideia é que, enquanto o potencial de automação pelo uso da inteligência artificial é efetivamente alto, não há benefício econômico em trocar os trabalhadores pelos robôs na maior parte dos empregos.
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Isso se deve aos custos de desenvolvimento da IA. No estudo, o MIT levantou as tarefas diárias de trabalhadores de diferentes segmentos, em cidades e zona rural, para entender suas rotinas. A partir disso, foi calculado o gasto na produção de um robô desse tipo e se os ganhos das empresas são compatíveis com esse investimento, e a conta não fechou.
De acordo com o levantamento, apenas 23% dos postos de trabalho atuais nos EUA são viáveis para substituição por inteligências artificiais. Esse apontamento levou em conta, inclusive, uma perspectiva de baixa anual de 20% nos valores das IAs comerciais, com os pesquisadores chegando à conclusão de que ainda levará décadas para que a tecnologia atinja um grau de eficiência econômica.
IA e trabalho na ponta do lápis
O ponto central do estudo do MIT foram os trabalhos que envolvem análise visual. No principal exemplo, a pesquisa aponta que um padeiro gasta 6% do seu tempo diário checando a qualidade dos produtos; enquanto uma equipe de cinco pessoas custaria US$ 48 mil por ano, o uso da IA para fazer isso poderia gerar uma economia de US$ 14 mil para o estabelecimento.
Por outro lado, o custo de desenvolvimento de um modelo de linguagem capaz de fazer esse trabalho com qualidade é de US$ 165 mil. Isso sem falar em mais de US$ 120 mil por ano para manutenção da tecnologia — o que inclui, aliás, novos postos de trabalho na forma de especialistas em IA, que podem ajudar a reverter um pouco a situação empregatícia.
Apesar de tudo isso, o MIT vê o movimento como inevitável e pondera o poder de melhoria nas condições de trabalho e produtividade por conta da IA. A conclusão é de que a humanidade deve se preparar para a automação através da tecnologia, mas que há alguns anos, talvez décadas, até que impactos econômicos significativos sejam sentidos por conta da adoção dela.
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