Tom Hanks denuncia uso de deepfake não autorizado em propaganda
Por André Lourenti Magalhães • Editado por Douglas Ciriaco |
O ator Tom Hanks recorreu à própria conta do Instagram no último domingo (1º) para avisar sobre uma fraude: uma propaganda usava um deepfake seu sem consentimento para promover um plano odontológico nas redes sociais.
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Na publicação, Hanks afirma que o vídeo usa uma versão feita por IA e que não tem relação com o que é promovido. Rapidamente, outros famosos também expuseram casos de vídeos com deepfakes em anúncios e ligaram um sinal de alerta sobre a situação.
Outros famosos também foram vítima
Apresentadora do canal CBS, Gayle King também publicou um vídeo em seu Instagram com um vídeo falso que usa a própria imagem. De acordo com a âncora, o material original foi publicado no final de agosto para promover um programa de rádio, mas o post patrocinado trocava a voz com IA para vender um produto de emagrecimento.
O youtube MrBeast foi outra vítima dos vídeos falsos: ele denunciou um perfil no TikTok usando um deepfake seu não autorizado que oferecia iPhones por um valor muito baixo — claramente uma tentativa de golpe. Pelo vídeo, é possível ouvir uma voz um pouco “robótica”, um pouco travada, sinal de que o conteúdo original foi manipulado. Curiosamente, a conta usava o nome de MrBeast e ainda possuía um selo de verificação na rede social de vídeos.
Como isso é feito?
Os vídeos usam a técnica chamada deepfake, que recorre à inteligência artificial para substituir um rosto pelo de outra pessoa ou para alterar o movimento dos lábios do conteúdo original.
Para modificar o áudio, existem softwares de IA que “dublam” a voz original da pessoa e adaptam para qualquer outra frase. Existem casos de usos não maliciosos da tecnologia, como a ferramenta HeyGen, que traduz vídeos para outros idiomas sem alterar o sentido das frases, ou a IA recentemente apresentada pelo YouTube.
Os deepfakes estão entre as principais preocupações sobre o uso de inteligência artificial nas redes sociais. Além da aplicação em golpes, eles também podem ser usados na disseminação de fake news — principalmente em período eleitoral: o Google, inclusive, deve exigir um aviso sobre quando há uso de IA em propagandas políticas.
Como identificar um vídeo falso?
As evoluções nas tecnologias de inteligência artificial deixam os vídeos cada vez mais polidos, mas existem algumas formas de identificar fraudes e deepfakes. Primeiramente, preste atenção ao conteúdo do vídeo: caso o famoso promova algo muito fora do comum, como um sorteio de celulares para seguidores, provavelmente se trata de uma propaganda falsa.
Além disso, vale a pena conferir se o mesmo vídeo do anúncio também foi veiculado no perfil da própria celebridade ou em outras plataformas — dessa forma, você pode validar as informações. Por fim, a voz é um elemento que ajuda a diferenciar, pois esses vídeos adotam um áudio muito artificial, como se usasse um autotune sobre a voz original.
Verifique, também, se o que é falado condiz com o movimento dos lábios e não há nenhum sinal de falta de sincronização.