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O que sabemos sobre o Q*, a possível super IA da OpenAI

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  |  • 

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 Zac Wolff/Unsplash
Zac Wolff/Unsplash

As investigações sobre o contexto que levou diretores da OpenAI a demitirem o CEO Sam Altman em 17 de novembro sugerem que o desenvolvimento de uma super IA chamada Q* (pronuncia-se Q-Star) pode ter contribuído para a decisão do conselho. De acordo com uma reportagem da agência Reuters, pesquisadores da companhia enviaram uma carta à diretoria com um alerta sobre o novo modelo.

O documento teria sido mais um motivo para o conselho destituir Altman do cargo sob a alegação de que não era mais possível confiar no executivo. Após funcionários ameaçarem deixar a empresa em apoio ao CEO, e com a pressão de investidores como a Microsoft, Altman foi readmitido e o conselho diretor passou por uma renovação.

O que é o Q*?

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Segundo a suposta carta escrita por alguns funcionários da OpenAI e encaminhada ao conselho antes da demissão de Altman, o Q* é um modelo de IA que se mostrou capaz de resolver problemas matemáticos com precisão e pode abrir caminho para o desenvolvimento da chamada inteligência artificial geral (AGI).

Em demonstrações internas, o Q* teria solucionado questões matemáticas em nível de ensino fundamental com exatidão. Apesar de parecer simples, isso representa um salto significativo em comparação aos modelos atuais de IA — que produzem seus resultados com base em combinações preditivas e probabilidades.

As IAs generativas disponíveis para o público geram conteúdo a partir dos grandes modelos de linguagem (LLM) em que foram treinadas e com base em uma relação de probabilidade, ou seja, associam os termos que aparecem com mais frequência juntos.

A solução de problemas matemáticos, porém, tem um resultado único na maioria dos casos. Nesse sentido, o Q* teria a capacidade de compreender e raciocinar muito melhor tais questões do que os modelos vigentes.

Esse avanço tecnológico supostamente alcançado pela OpenAI seria o primeiro passo para a construção do que se chama "inteligência artificial geral", algo definido pela companhia como o conjunto de "sistemas autônomos que superam os humanos nas tarefas economicamente mais valiosas."

Na carta que teria sido enviada ao conselho, pesquisadores da empresa citaram o "perigo potencial" dos avanços em superinteligência, mas não especificaram quais seriam esses riscos, de acordo com o relato da agência Reuters.

Relatos sobre o Q*

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O conteúdo exato da carta não é de conhecimento público — a reportagem da Reuters revela que as informações foram obtidas a partir de fontes e que não teve acesso ao documento. A agência cita ainda um comunicado interno enviado pela executiva Mira Murati que menciona o projeto Q* como um fator na demissão de Altman.

Já o site The Verge obteve informações com uma pessoa envolvida no assunto de que o conselho não teria recebido a tal carta e que o progresso de pesquisas com IA não teve qualquer relação na decisão de remover o cofundador do cargo de CEO.

Porta-voz da OpenAI, Lindsey Held Bolton respondeu ainda o questionamento do The Verge em relação ao comunicado interno alegando que "Mira contou aos funcionários sobre do que tratavam as reportagens na mídia, mas não comentou sobre a veracidade das informações". Ou seja, é possível compreender da fala de Bolton de que talvez os avanços alcançados pela OpenAI no projeto Q* são menos graves do que tem sido alardeado, mas tudo não passa de especulação.

Sam Altman deu pistas sobre o Q*?

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Pouco antes de todas essas reviravoltas na história da OpenAI, Altman participou de uma conferência com líderes mundiais em São Francisco, EUA, na qual comentou sobre avanços significativos na área de inteligência artificial — mas sem nomear especificamente o Q*.

"Quatro vezes na história da OpenAI, a mais recente há duas semanas, pude estar na sala quando se levantou o véu da ignorância e a fronteira da descoberta foi ultrapassada", disse o executivo. "Conseguir fazer isto é uma honra profissional de toda uma vida", finalizou.

Altman foi demitido um dia depois desse evento e readmitido ao cargo cinco dias depois.