Publicidade

Olimpíadas 2024 | Como a IA vai revolucionar o teste antidoping nos jogos?

Por  | 

Compartilhe:
Gabriel Meinert/Unsplash
Gabriel Meinert/Unsplash

A Inteligência artificial (IA) deve revolucionar a identificação de casos de doping entre os atletas dos jogos olímpicos, como mostram pesquisas preliminares da Agência Mundial Antidoping (WADA). Nas Olimpíadas de 2024, o teste antidoping segue modelos mais tradicionais, mas isso deve mudar em breve.

A WADA desenvolve uma série de experimentos com o uso da IA na análise de substâncias que são proibidas, a partir de amostras de urina e sangue. Iniciativas da Agência Internacional de Testes (ITA) também buscam desenvolver novas ferramentas para identificar o uso de substâncias ilícitas.

Composta por anabolizantes, hormônios sintéticos e outras substâncias, essa lista é criada para que a competição seja justa (assim, os atletas competem de forma mais igualitária possível, sem “atalhos” para o bom desempenho) e também protege a saúde dos envolvidos. Os anabolizantes podem ser prejudiciais, por exemplo.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Passaporte de desempenho dos atletas

A ITA trabalha no desenvolvimento de novas técnicas que podem permitir a análise em massa de dados sobre o desempenho dos atletas olímpicos. Quando a ferramenta estiver pronta, a ideia é implementar uma espécie de passaporte de desempenho, criado com IA.

"Certas práticas de doping permitem que os atletas alcancem resultados [excelentes] muito rapidamente", fugindo do que é esperado, a partir de seu histórico como atleta nos últimos anos, explica Benjamin Cohen, diretor do ITA, para agência de notícias AFP.

Então, a IA poderá sugerir se um resultado excepcional é resultado de esforço contínuo ou se ocorreu devido ao uso de substâncias proibidas. Após esse parecer, investigações individuais poderão ser realizadas.

Testes iniciais com o passaporte de desempenho já foram realizados com atletas da natação e de levantamento de peso. Isso foi viável, já que os atletas competem em ambientes idênticos todas as vezes. Entretanto, ainda não há uma data para a implementação geral da prática.

Uso da IA no teste antidoping

Em relação à inovação no teste antidoping, parte das pesquisas da WADA está associada ao trabalho do cientista Wolfgang Maaß, da Universidade do Sarre (Alemanha).

Por exemplo, a equipe de Wolfgang  trabalha no desenvolvimento de um algoritmo de aprendizado de máquina capaz de detectar, de forma mais eficiente e barata, a presença de eritropoietina nas amostras dos atletas dos jogos olímpicos.

Continua após a publicidade

Aqui, vale mencionar que a eritropoietina é um hormônio que estimula a produção de hemácias, quase sempre associado ao doping sanguíneo. Esta estratégia aumenta artificialmente a capacidade de transporte de oxigênio do sangue, o que melhora o desempenho nos esportes que exigem resistência aeróbica. 

"Embora a detecção e identificação direta de eritropoietina em amostras de sangue de atletas tenham se mostrado um meio eficaz para descobrir doping, nem todos os casos são facilmente detectáveis, e algumas análises são muito caras para serem realizadas em todas as amostras”, afirma estudo apresentado pelo grupo durante a IEEE International Conference on Digital Health (ICDH). Assim, a IA entra como uma alternativa para baratear os custos da análise. 

Embora os resultados preliminares sejam bastante positivos, usar a IA para melhorar o teste antidoping ainda não é uma realidade totalmente implementada nas Olimpíadas de Paris. No entanto, essas novas tecnologias devem revolucionar a detecção de fraudes nos próximos jogos.

Continua após a publicidade

 

Fonte: Universidade do Sarre, VOA (AFP), ICDH