Banco de imagens vai vender figuras geradas por inteligência artificial
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
O banco de imagens Shutterstock fechou uma parceria com a Open AI para comercializar imagens criadas com o programa DALL-E. A ideia é permitir que as artes geradas pela inteligência artificial sejam incluídas no banco de imagens, possibilitando a venda avulsa ou de pacotes.
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Essa é uma estratégia que pode ajudar os criadores a lucrar com suas imagens e ainda incentivar o uso do DALL-E com um viés mais profissional. O "Fundo de Contribuintes" vai repassar parte do dinheiro para os criadores e outra parte para treinar modelos de IA de texto para imagem.
A integração deve ser lançada nos "próximos meses", com os clientes recebendo acesso direto aos recursos de geração de imagens de IA para melhorar seus fluxos de trabalho criativos. Eles incluirão ganhos de "acordos de dados" (quando forem repassados para a IA) e royalties de licenciamento genérico (aqueles quando alguém compra créditos e os gasta na sua imagem).
O contrato englobará apenas a venda de artes geradas pela IA do DALL-E, logo não serão aceitos materiais de outros softwares similares. Quem tentar subir imagens geradas artificialmente por outro sistema terá a conta bloqueada.
“Os meios para expressar a criatividade estão em constante evolução e expansão. Reconhecemos ser nossa grande responsabilidade abraçar essa evolução e garantir que a tecnologia generativa que impulsiona a inovação seja fundamentada em práticas éticas”, explicou o CEO da Shutterstock, Paul Hennessy.
Polêmica da criação de arte com IAs
No caso do DALL-E, muita gente usa o programa como uma forma de brincadeira, para recriar cenários de pinturas ou histórias em quadrinhos. Com a chance de ganhar algum dinheiro com isso, a ferramenta pode ganhar mais notoriedade entre artistas criativos.
Essa não é a primeira iniciativa entre Shutterstock, um dos maiores bancos de imagens do mundo, e a criadora do revolucionário DALL-E. Em 2021, o banco vendeu imagens e metadados para a OpenAI alimentar o algoritmo de criação do DALL-E, dados críticos que ajudaram a treinar a IA. Na prática, agora o programa rivalizaria com os designers que o alimentaram para ver se a "criatura" consegue superar o "criador".
A rival Getty Images proibiu a venda de artes criadas por IA, por entender que isso poderia prejudicar os direitos autorais, levando a problemas de licenciamento dos clientes. É um cenário diferente da Shutterstock, já que a integração será feita pela API, o que garantirá, em tese, a autenticidade do produto visual.
O uso de imagens geradas por inteligências artificiais passa por imensa polêmica. Recentemente, um designer ganhou um concurso de arte com uma obra gerada por IA. Em outra situação, um desfile de moda foi totalmente criado pelo programa.