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Rival da Neuralink vai testar primeiros implantes cerebrais em seres humanos

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 30 de Julho de 2021 às 15h50

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Reprodução/Synchron
Reprodução/Synchron

Uma pequena startup de neurotecnologia chamada Synchron saiu na frente da concorrente Neuralink, fundada por Elon Musk, e recebeu aprovação regulatória da FDA (Food and Drug Administration, órgão dos EUA similar à Anvisa) para começar os testes de implantes cerebrais em seres humanos.

Os estudos preliminares com um dispositivo chamado Stentrode devem começar ainda este ano, segundo a empresa sediada em Nova York, nos EUA. O aparelho é um implante neural que chega ao cérebro por meio da artéria jugular usando uma interface cérebro-máquina (ICM) que ajuda pessoas com paralisia a controlar equipamentos externos.

“A aprovação deste dispositivo experimental reflete anos de testes de segurança realizados em conjunto com a FDA. Trabalhamos juntos para abrir caminho rumo à primeira aprovação comercial de uma ICM implantada permanentemente para o tratamento da paralisia”, comemora o CEO da Synchron, Thomas Oxley.

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Cérebro-máquina

O Stentrode é um dispositivo eletrônico que permite que pessoas com paralisia controlem máquinas, equipamentos de comunicação, membros robóticos e exoesqueletos por meio de comandos emitidos pelo cérebro a um computador projetado para decodificar os sinais e transformá-los em movimentos ou ações coordenadas.

Ao contrário do implante da Neuralink, que perfura o crânio para colocar eletrodos e agulhas diretamente no tecido cerebral, o Stentrode chega ao cérebro por meio dos vasos sanguíneos em um procedimento minimamente invasivo de cerca de duas horas, semelhante à inserção de stents no coração. O implante é totalmente interno, sem fios saindo da cabeça ou do corpo.

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“Os vasos sanguíneos fornecem acesso sem cirurgia a todas as regiões do cérebro e em grande escala de investigação. Nosso primeiro alvo é o córtex motor para o tratamento da paralisia, problema que representa uma grande necessidade não atendida para milhões de pessoas em todo o mundo”, acrescenta Oxley.

Benefícios

Com um procedimento menos invasivo, os pacientes podem começar a usar o equipamento em casa logo após o implante para controlar dispositivos externos sem fio, apenas “pensando” em mover seus membros, enquanto um computador central faz todo o trabalho para transformar impulsos elétricos em movimentos.

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O sistema foi projetado para facilitar a comunicação e a independência funcional para os pacientes, permitindo a realização de tarefas diárias como mandar mensagens de texto, enviar e-mails, aumentar o volume da TV ou ter acesso imediato a dispositivos de telemedicina sem a ajuda de outras pessoas, como enfermeiros e cuidadores.

Na Austrália, quatro voluntários já utilizam essa neuroprótese na transferência de dados do córtex motor para controlar dispositivos eletrônicos. Estudos preliminares mostram que, após um curto período de treinamento assistido por aprendizagem de máquina, eles já conseguem usar o sistema sem supervisão para fazer compras online e gerenciar as próprias finanças.

“O que está por trás da paralisia é a intenção de mover algo. Então, nós estamos digitalizando essa intenção. Se esses sinais forem realmente rápidos, esses pacientes poderão controlar tecnologias com um nível de superioridade muito maior do que encontramos em um cérebro humano normal”, completa Oxley.

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Fonte: Synchron