Operadoras de telefonia e BC implementarão nova modalidade de pagamentos via Pix
Por Rui Maciel |

A Conexis Brasil Digital - nova marca do SindiTelebrasil e que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade - anunciou nesta quarta-feira (16) um acordo de cooperação técnica com o Banco Central do Brasil para o futuro uso do Pix Cobrança para o pagamento de faturas de de conectividade e telecomunicações (serviços de telefonia e dados).
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A partir da assinatura do acordo, será criado um grupo de trabalho com integrantes do setor e do Banco Central, para estudar a melhor forma de implementar o novo Pix Cobrança nas faturas de serviços pós-pagos das empresas de telecomunicações. Essas faturas se diferenciam das utilizadas em outros serviços por também serem consideradas como documento fiscal e por possuírem diversas características reguladas e específicas para o setor.
Atualmente o Pix já é utilizado por operadoras para recarga de pré-pagos, entre outras formas de pagamento de seus serviços. Agora, com essa cooperação técnica, a ideia é expandir o uso da plataforma de pagamentos e transferências do BC. O acordo possibilitará uma implantação mais rápida dessa nova modalidade de pagamentos no setor de conectividade e telecomunicações, com benefícios tanto para os usuários dos serviços, quanto para as telcos.
Segundo Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, o Pix tem como grande vantagem ser instantâneo e substituir as transações em dinheiro. "Agora, o Pix Cobrança permitirá também a substituição dos atuais boletos bancários por uma solução que agregará todas as características dos atuais boletos com as vantagens de velocidade, comodidade e segurança do Pix”, afirmou.
Vivo é uma das operadoras que já usa o Pix
No último dia 08 de dezembro, a Vivo anunciou que incluiu o PIX como meio de pagamento para recargas em seus principais canais digitais: o aplicativo Meu Vivo e o site da operadora.
Segundo a empresa, a inclusão da plataforma tem como objetivo ampliar as alternativas de meios de pagamento para que seus clientes na modalidade pré-paga possam fazer recargas de créditos da forma que preferirem. Essa modalidade deve facilitar, principalmente, a vida daqueles que não têm cartão de crédito.
A Vivo afirmou que segue em processo de adequação para incluir o sistema do Banco Central como meio de pagamento em outros canais e serviços. É esperado para breve que as faturas dos planos pós-pagos desta - e de outras - operadora também passem a contar com um QR Code que permita o pagamento via Pix. Essa modalidade já é usada em outras concessionárias, como a Enel (energia) e deve virar uma tendência para outras companhias. Isso porque trata-se de um processo mais barato do que emitir boletos, além de mais sustentável, já que não haverá mais o uso de papel.
Pix já caiu no gosto do público
Também no começo de dezembro, uma pesquisa realizada pelo IBOPEdtm - sob encomenda do banco digital C6 Bank - aponta que o Pix já vem ganhando a preferência dos usuários brasileiros, principalmente em relação às operações tradicionais do sistema bancário nacional. Segundo o documento, em menos de uma semana após o seu lançamento, 60% dos entrevistados já preferem a nova modalidade de pagamento do BC em relação ao DOC e o TED.
A pesquisa do IBOPEdtm também mediu a intenção de uso do novo sistema. Mais da metade dos entrevistados (56%) pretende utilizar o Pix para pagar contas de consumo, como telefone, água e luz, enquanto 45% querem usar para pagar produtos e serviços em estabelecimentos comerciais, o que poderá ser feito via leitura de QR Code na maquininha ou na tela do computador do caixa, por exemplo. Segundo o IBOPEdtm, 53% dos entrevistados vão preferir o Pix ao pagamento com cartão nas maquininhas.
Ainda de acordo com o levantamento do IBOPE, o Pix teve uma adesão maior no Norte, seguida pelo Sudeste. Apenas 8% dos entrevistados não conheciam ou não sabiam ao certo do que se tratavam a plataforma. Entre as pessoas que já fizeram o cadastro no sistema, o percentual é maior entre os homens na faixa etária de 25 a 34 anos e nas classes AB.
Para completar, entre os que se cadastraram no Pix, 35% declararam que usarão o novo sistema em breve e um terço dos participantes disse que a decisão vai ocorrer à medida que obtiverem mais informações sobre a nova plataforma.