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Novo estudo mapeia os perigos da realidade virtual no mundo real

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Rawpixel/Envato
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Pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, querem transformar experiências com realidade virtual em algo menos traumático. Eles usaram o YouTube como ponto de partida para analisar a reação dos usuários diante de situações inusitadas que acontecem durante a utilização de óculos ou capacetes de RV.

Na pesquisa, foram observados 233 vídeos da plataforma para estudar a relação entre a tecnologia e o comportamento dos seres humanos que foram expostos a imagens virtuais enquanto jogavam seus games preferidos ou passeavam por ambientes gerados por programas de computador.

“À medida que a realidade virtual se tornou mais barata e comum, a tecnologia está sendo usada em uma série de ambientes que não foram considerados durante seu design. Nós observamos mais de perto onde as coisas podem dar errado para as pessoas a fim de otimizar a experiência do usuário”, explica uma das autoras do estudo Andreea-Anamaria Muresan.

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O Estudo

Utilizando os dados coletados durante a observação dos vídeos, os pesquisadores criaram um catálogo contendo vários tipos de falhas de RV, acidentes causados com o uso de óculos e capacetes e as razões que levaram os usuários a terem experiências desagradáveis com os dispositivos de realidade virtual.

"Um dos tipos de acidentes recorrentes é quando os usuários de RV batem em paredes, móveis ou espectadores. Em um caso, vimos um espectador fazendo cócegas na pessoa que usava um fone de ouvido. O usuário de RV se virou e deu um tapa no colega", acrescenta a pesquisadora Andreea Muresan.

Outra falha importante constatada pelos cientistas está relacionada ao medo sentido pelos usuários. Em situações de risco, como o passeio em uma montanha-russa virtual, as pessoas tendem a reagir de forma inesperada e descontrolada, gerando movimentos involuntários de mãos, braços e pernas.

Ao transferir uma sensação do universo virtual para o real, o usuário pode se ferir batendo a cabeça na parede ou caindo de uma escada. Além disso, uma pessoa imersa em um mundo digital também pode machucar outras pessoas que estão ao seu redor, mesmo sem querer.

Veja no vídeo abaixo alguns exemplos de como a RV pode ser perigosa no mundo real.

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Adaptação necessária

Com o avanço da tecnologia, os dispositivos de RV não estão mais restritos ao mundo dos videogames. Eles fazem parte de programas de educação, marketing e vendas, levando alunos, usuários e consumidores a locais distantes sem ter que sair do sofá.

Óculos e sistemas complexos de imersão digital estão presentes em casas comuns, onde moram pessoas e animais de estimação, personagens que não foram levados em conta durante o processo de criação dos aparelhos de realidade virtual.

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Com esse novo estudo, os pesquisadores pretendem propor uma série de mudanças para prevenir acidentes relacionados ao uso de RV, evitando que as pessoas se machuquem ou que tenham medo de usar esse tipo de tecnologia no futuro.

"Agora podemos fornecer aos designers ideias sobre o que eles podem fazer de maneira diferente para evitar acidentes. Colisões podem ser evitadas alterando alguns dos elementos de um jogo. Em vez de um jogador ter uma espada que exige grandes movimentos dos braços, seu equipamento pode ser substituído por um escudo. Isso muda o comportamento do jogador e minimiza os riscos para todo mundo", completa a pesquisadora Andreea-Anamaria Muresan.

Fonte: University of Copenhagen