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Diálogos mostram que Inteligências Artificiais ainda sofrem na hora de flertar

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 11 de Maio de 2021 às 20h00

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Reprodução/Pixar
Reprodução/Pixar

Você já imaginou como seria o “flerte” entre Inteligências Artificiais. Será que as falas usadas seriam capazes de despertar o interesse ou fariam algum sentido para os ouvidos humanos? A pesquisadora norte-americana Janelle Shane parece ter encontrado uma resposta para esse dilema. Ela criou um algoritmo inspirado em estruturas biológicas do cérebro para reproduzir alguns diálogos.

Os resultados obtidos durante o experimento foram hilários e, na maioria das vezes, sem sentido algum, com frases do tipo:

- Você parece uma coisa e eu te amo.
- Posso ver sua lista de peças?

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As linhas de conversas geradas nos testes variaram muito em termos de qualidade e coesão por causa das redes neurais usadas pela pesquisadora. Todas elas são baseadas em GPT-3, considerado o maior modelo de linguagem do mundo, desenvolvido pela empresa OpenAI.

Modelos de linguagem

O processamento da linguagem natural é algo complexo e depende da aplicação de computadores para processar e gerar grandes quantidades de textos a serem falados ou escritos de forma coerente. O sistema é parecido com o utilizado em assistentes pessoais, como a Siri e a Alexa, ou quando o Google recebe um comando de voz para traduzir uma mensagem em tempo real.

Para tornar os diálogos mais orgânicos, várias tarefas precisam ser realizadas ao mesmo tempo, como reconhecimento de voz, separação de estruturas de frases, nuances verbais, sotaques e interpretações diferentes. Modelos mais recentes podem até prestar atenção a características mais complexas da linguagem humana, como ironia e sarcasmo.

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O sucesso do GPT-3 está no fato de que ele não precisa ser treinado continuamente para concluir uma nova tarefa. Ele utiliza o que o modelo já aprendeu e aplica em algo novo, como formular frases dentro de uma conversa aleatória.

Atualizado para o flerte

A versão “DaVinci” do GPT-3, considerada a mais avançada até o momento, foi usada pela pesquisadora na tentativa de conseguir flertes mais convincentes e eficazes, passando por ajustes finos para “puxar” a conversa na hora certa. Os resultados foram bem melhores, mas ainda assim esquisitos:

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- Eu te amo. Eu não me importo se você é um cachorro de sobretudo.
- Tenho exatamente quatro adesivos. Eu preciso que você seja o quinto.

Apesar dos avanços da plataforma de linguagem contextual, constantemente atualizada e precisa, ainda não é possível prever e assimilar toda a complexidade da comunicação humana. Como o GPT-3 baseia seu conteúdo em textos produzidos na internet, se não houver treinamentos e remodelações prévias, o sistema certamente vai replicar falas incoerentes, racistas e preconceituosas às suas conversações.

Antes que uma IA seja capaz de flertar e interagir de forma natural e amigável em ambientes reais, é preciso ensinar bons modos ao algoritmo para que a conversa seja realmente inteligente e menos artificial. “Embora, por enquanto, as conversas de flerte pareçam improváveis de despertar mais amor no mundo, o GPT-3 pode ser configurado, pelo menos, para reduzir o ódio”, espera Shane.

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Fonte: The Conversation