"É questão de tempo para que dobráveis substituam iPhones", diz CEO da Honor
Por Murilo Tunholi • Editado por Léo Müller |
George Zhao, CEO da Honor, acredita que celulares dobráveis são capazes de substituir os modelos tradicionais, mas não agora. Em entrevista ao Canaltech, na IFA 2024, o executivo explicou ser uma questão de tempo até os usuários entenderem que telefones flexíveis podem ser melhores que iPhones, por exemplo.
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No lançamento do Magic V3, a Honor focou bastante no fato do celular ser o dobrável mais fino do mundo. Porém, Zhao tem mudado o discurso ao comparar menos o aparelho com outros modelos flexíveis, como o Galaxy Z Fold 6, da Samsung, e mais com o iPhone 15 Pro Max, da Apple.
Com a nova estratégia de rivalizar com a Apple, a Honor quer mostrar que o Magic V3 pode superar o iPhone 15 Pro Max em desempenho e bateria, enquanto oferece a tecnologia de tela flexível. Segundo Zhao, a missão atual é mudar a percepção dos usuários em relação aos celulares dobráveis.
“Eu me lembro do primeiro celular dobrável, pesando mais de 300 gramas e com 17 a 18 milímetros de espessura. Era mais grosso que dois smartphones um em cima do outro, e isso aconteceu há poucos anos. Somente um grupo seleto de pessoas começou testar essa nova tecnologia, e os primeiros modelos tinham problemas, eram muito pesados e muito caros”, comentou o CEO da Honor ao Canaltech.
A espessura e o peso dos celulares estão entre as principais preocupações da Honor, junto ao desempenho e bateria. Por isso, a marca lançou o Magic V3 como o celular dobrável mais fino e leve do mundo, com 9,2 milímetros de espessura dobrado e apenas 226 gramas.
CEO da Honor compara Magic V3 com iPhone 15 Pro Max
No começo, a marca cutucou bastante a Samsung, apontando que o Galaxy Z Fold 6 era muito grosso e pesado. Com a mudança de discurso, o alvo passou a ser não só a Apple, como também todo mercado de celulares tradicionais.
Para Zhao, quanto mais contato os usuários tiverem com celulares dobráveis, melhor será a aceitação do público com a tecnologia. O CEO destacou, na apresentação na IFA 2024, que “o Magic V3 é um smartphone topo de linha quando fechado, e um telefone com inteligência artificial desdobrado”.
“Agora precisamos de tempo para mudar a perspectiva e o entendimento do público em relação aos celulares dobráveis. Esse é o motivo pelo qual fiz a comparação com o iPhone 15 Pro Max e até joguei o celular na máquina de lavar. Quero mostrar aos usuários de celulares tradicionais que, hoje, é possível trocar um iPhone por um smartphone flexível”, comentou Zhao.
Embora já faça comparações com o iPhone, o CEO da Honor entende que ainda é necessário tempo para que a mudança de percepção aconteça. Zhao disse que um usuário pode levar até 5 anos para trocar de celular, em especial pessoas mais velhas. Por isso, o executivo tem como foco a nova geração de consumidores.
O atual mercado de usuários de celular ainda vê os dobráveis como muito pesados e problemáticos. Além disso, a tecnologia é cara e acessível somente para uma pequena parcela de pessoas.
Honor ainda não sabe quando chega ao Brasil
Vale comentar também que a Honor ainda não atua no Brasil de forma oficial. Por isso, nenhum aparelho da marca está disponível no mercado nacional. A falta de representatividade brasileira dificulta ainda mais a adesão de novos usuários aos produtos da marca.
David Moheno, diretor de comunicação e relações-públicas da Honor para a América Latina, afirmou haver planos para levar a marca ao Brasil. Porém, o executivo explicou que a empresa ainda estuda o perfil dos usuários brasileiros para selecionar os produtos que mais podem agradar os usuários.
Durante a viagem à IFA 2024, a Honor forneceu um Magic 6 Lite ao Canaltech — celular intermediário que seria o primeiro lançamento da fabricante no país. Contudo, a marca suspendeu o anúncio temporariamente, sem previsão de retorno, por enquanto.
O Canaltech viajou à Berlim para acompanhar a IFA 2024 a convite da Honor.